RenovaBio é aprovado e setor de etanol investirá em mais usinas
13-12-2017

Senado aprova Política Nacional do Biocombustível. Renovabio seguiu para sanção. Feplana prevê um investimento de R$ 1,4 trilhão até 2020.
Setor sucroenergético investirá em novas usinas e melhoria das atuais
O Senado aprovou hoje (12) o Projeto de Lei da Política Nacional do Biocombustível (Renovabio), que seguiu para a sanção presidencial. Sob a relatoria do senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho, o Renovabio cria a política específica para todos biocombustíveis e criam as bases para o desenvolvimento sustentado dessa atividade dentro do país, com previsibilidade para os agentes públicos e privados. Com essa política nacional aprovada, a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) estima que haverá novas investimentos na ordem de R$ 1,4 tri até 2020, ano que o Renovabio será implementado oficialmente.
A Feplana prevê que o montante deve ser aplicado, na sua maioria, na construção de novas usinas para a produção de mais etanol no Brasil. Hoje o combustível é majoritariamente fabricado a base de cana de açúcar - combustível mais eficiente, com maior qualidade e com menor capacidade poluente dentre as outras matrizes agrícolas para este fim.
A entidade diz ainda que o investimento previsto também será aplicado na adequação dos parques produtivos existentes, mas com capacidade parcialmente ociosa, que é o caso da maioria das usinas brasileiras.
Na região do Nordeste, por exemplo, as unidades fabris sucroalcooleiras operam, no máximo, com apenas 70% de suas capacidades produtivas, conforme avalia a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) - entidade que reúne cerca de 21 mil produtores de cana nos estados produtores do local. Em Pernambuco, a ociosidade é ainda superior. A Associação dos Fornecedores de Cana desse estado (AFCP) estima que hoje esteja em 40% a ociosidade das usinas pernambucanas. "O Renovabio pode contribuir diretamente para mudar este triste cenário", ressaltou Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana e da AFCP.
A Feplana realça que além desses novos investimentos, que já devem iniciar em 2018, na medida que o produtor precisa ir se preparando para o possível cenário promissor a partir de 2020, o RenovaBio ainda gerará uma economia interna de 300 bilhões de litros em gasolina e diesel importados até 2030. "Essa economia deriva da troca substituição dos derivados de petróleo pelo combustível renovável, produzido localmente, com destaca ao etanol à base de cana, diante da política e segurança de estímulo ao seu uso", diz Lima. No geral, a troca pela matriz limpa será responsável por geração de milhões de novos postos de trabalho.