Renovabio é pauta em evento internacional
16-04-2019

Inovação e políticas públicas eficazes para o desenvolvimento de soluções inovadoras para bioenergia foram discutidas durante reunião anual do Renewable Industry Advisory Board (RIAB), da Agência Internacional de Energia (em inglês, IEA), em Paris, realizada no dia 02 de abril deste ano.

Em 2018, as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) atingiram pico histórico. A bioenergia responde por 50% da energia renovável gerada no mundo e, de acordo com a própria IEA, é um gigante negligenciado globalmente. Conforme a agência, para que os objetivos do Acordo de Paris sejam atingidos, o setor deveria ter um incremento três vezes maior, só no setor de transportes.

Durante o encontro, a assessora sênior da presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar para assuntos internacionais, Géraldine Kutas, apresentou o programa RenovaBio e destacou que “já existe muita inovação no setor de bioenergia, a exemplo da cana-de-açúcar”. A participação da UNICA faz parte do projeto setorial com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Géraldine destacou que as emissões do transporte representam apenas 10% das emissões totais no Brasil e, apesar disso, governo, setor privado e sociedade civil têm muito interesse em descarbonizar o setor. Kutas também esclareceu que o RenovaBio não é um novo imposto, ou subsídio,  e que já existem usinas em processo de certificação no Brasil para estarem prontas quando o programa começar a vigorar. “As metas do RenovaBio preveem uma redução em 10,1% da intensidade carbônica até 2028”, informou.

O Chefe da Divisão de Energias Novas e Renováveis do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), Renato Godinho, também participou do evento e falou sobre a plataforma Biofuturo, que é presidida pelo Brasil, e passou a ser coordenada pela IEA, em fevereiro de 2019.

Ao fim do evento, os participantes concordaram que os governos devem ser consistentes nas políticas de promoção da bioenergia e que devem evitar dar suporte a tecnologias ou matérias primas especificas, já que é o mercado quem deve decidir as soluções que irão prevalecer.

PROJETO
A Apex-Brasil e a ÚNICA publicaram, em fevereiro de 2008, estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior, em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados. O projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e demais derivados da cana junto aos principais formadores de opinião mundial, bem como empresas de trading, potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.

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