Retomada nas exportações para a Índia contribui para queda de deficit
26-08-2014

As vendas para a Índia tiveram um aumento significativo no mês de julho. As exportações totalizaram US$ 598 milhões no mês, dado 253% maior do que o registrado no mesmo período de 2013. Em comparação, o crescimento das importações ficou em 4,5%, ajudando o Brasil a ter um saldo de US$ 21 milhões com o país asiático.

O incremento nas vendas para a Índia foi uma das razões para a balança comercial brasileira terminar julho com saldo de US 1,6 bilhão, o segundo melhor resultado mensal de 2014.

O saldo positivo do mês passado ainda não foi suficiente, contudo, para reverter o deficit comercial acumulado no ano, que soma US$ 916 milhões, de acordo com o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

A Índia encerrou 2013 como o 22º maior mercado para os produtos brasileiros. Desempenho fraco, após ter sido o sétimo maior comprador em 2012. Porém, o país asiático retomou o interesse em mercadorias do Brasil e aparece como o nono principal destino nos primeiros sete meses do ano.

As vendas de petróleo para o mercado indiano somaram US$ 307 milhões, alta de 529% em doze meses. Em seguida aparecem o açúcar, usado na produção do álcool, e o óleo de soja, com US$ 136 milhões e US$ 61 milhões em negócios.

Além dos negócios com a Índia, o resultado de julho foi ajudado pela venda "artificial" de uma plataforma de petróleo para Cingapura, no valor de U$ 866 milhões.

Trata-se de uma exportação fictícia, já que a venda é registrada, mas o equipamento não chega a sair do país. A empresa exportadora recorre à operação para obter vantagens fiscais.

Em julho do ano passado, também houve registro da exportação de uma plataforma, mas o valor foi bem menor: US$ 380 milhões.


Contraste

A aproximação com a Índia compensa a redução nas exportações para a Argentina, terceiro principal parceiro comercial do Brasil. Em julho, as vendas despencaram 33,5%. No acumulado do ano, a queda é de 22,1%. É uma péssima notícia para a indústria, já que os argentinos são os principais compradores de produtos manufaturados.

O setor automotivo é o que mais vem sofrendo, a despeito das rodadas recentes de negociação entre os dois países para destravar o comércio bilateral. Nos primeiros sete meses do ano, a queda nas exportações de automóveis para a Argentina é de 36% em relação ao mesmo período de 2013.

Além da Argentina, as exportações brasileiras caíram em julho para parceiros importantes. Caso da União Europeia (-3,1%), da África (-1,6%) e da Europa Oriental (-3,8%).

Houve forte crescimento das vendas, contudo, para os Estados Unidos (+24,1%), motivado especialmente pelo petróleo. Também aumentaram as compras de produtos brasileiros na China (1%), na América Latina e Caribe (+12,3%), e no Oriente Médio (+10,5%), em comparação com o mesmo mês do ano passado.