Ridesa estuda desenvolvimento da cana-energia: uma nova oportunidade para o setor canavieiro
20-11-2014

Na reunião anual do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA), que aconteceu ontem em Ribeirão Preto, o pesquisador Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), falou sobre a cana-energia. Segundo ele, esse conceito surgiu na década de 1980, quando Alexandre Rico priorizava a fibra em vez do açúcar, visando uma indústria mais rentável.

Segundo Geraldo, as pesquisas realizadas na UFAL, visam o desenvolvimento de uma cana-energia que possibilite: Menor quantidade de mudas para o plantio; Reduzido número de insumos; Elevada taxa de multiplicação (1:30); Longevidade das socarias (acima de 10 colheitas); Maior tolerância aos estresses abióticos (seca e geada); menor florescimento e devem ser livres de doenças; e custo de produção 1/3 menor que o da cana-de-açúcar.


O pesquisador apontou os potenciais usuários da cana-energia. Entre eles, pode-se destacar as indústrias produtoras de etanol e de bioquímicos diversos, indústrias consumidoras de energia elétrica e de vapor e calor, empresas geradoras de energia elétrica, empresas produtoras e exportadoras de briquetes e pellets, além de outras empresas usuárias de energia térmicas
Geraldo salienta que empresas de outros setores estão investindo em pesquisas de cana-energia para produção de etanol de segunda geração, energia e até pellets para exportação. A Vale do Rio Doce montou estação de cruzamento de cana em Alagoas para obtenção de biomassa. A Europa importa 40 milhões de toneladas de pellets por ano, hoje abastecida por Estados Unidos e Canadá (pellet de sobras de madeira), segundo Geraldo, europeus têm visitado o Nordeste para aquisição de pellets de biomassa de cana.