Rota 2030, novo regime automotivo que substituirá o programa Inovar-Auto, visa fortalecer a cadeia produtiva
01-12-2017

A ideia do Rota 2030 é tornar o veículo flex mais eficiente no consumo do etanol, valorizando o veículo que estiver acima da relação de 70%

Enquanto o programa RenovaBio busca garantir a competitividade dos biocombustíveis e a sua evolução, o Rota 2030, programa que deve suceder o Inovar-Auto - iniciativa lançada pelo Governo Federal em 2012 -, deve estabelecer diretrizes e metas para a redução das emissões veiculares nos próximos anos, prevendo três ciclos de implementação: 2022, 2027 e 2032. A ideia é fomentar o desenvolvimento tecnológico para que o Brasil se torne mais competitivo no segmento em nível internacional, além de estabelecer um marco claro que fomente pesquisas no segmento em busca de uma matriz energética mais limpa e sustentável. Segundo o gerente de serviços científicos da Mahle, Marcos Clemente, com a Rota 2030, existe uma preocupação clara no sentido de fortalecer a cadeia produtiva. Para ele, "o setor está ansioso pela nova legislação para que possa iniciar seus planos de investimento". Atualmente, o projeto se encontra em discussão no governo brasileiro.


A Rota 2030 prevê seis grupos temáticos, sendo o de número “três” o mais interessante para o setor, pois discorre sobre à promoção da eficiência energética dos veículos e combustíveis. “Com o projeto, os carros movidos a etanol passarão a ser vistos de uma forma diferenciada pela nova política automotiva, por utilizarem um combustível mais limpo do ponto de vista de emissões, além de ser bem disseminado no país.”

Para Clemente, o principal problema do Inovar-Auto é o fato de ele não ter privilegiado ou dado condições para que a cadeia produtiva pudesse participar do programa. “No caso da Rota 2030, há uma preocupação clara do governo com relação a isso. Ele fornecerá previsibilidade e incentivos a pesquisa e desenvolvimento, não apenas para montadoras, mas também para autopeças.”


O gerente de serviços científicos da MAHLE ressalta que o novo programa passará a discutir, de forma mais ampla, diversos assuntos que foram deixados de lado pelo Inovar-Auto. “Um dos itens que está em discussão é uma possível alteração da tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de cilindrada para eficiência energética, o que seria um grande avanço e incentivo para que a indústria lançasse soluções mais eficientes.”

Há ainda uma proposta do Sindipeças para o governo no sentido de estabelecer metas de eficiência para a Rota 2030. A ideia é valorizar os veículos que utilizem biocombustíveis, como os carros flex. A proposta envolve uma espécie de bônus de redução de 0,04 MJ/Km com o objetivo de estimular as montadoras a redobrarem seus esforços com o objetivo de tornar seus veículos mais eficientes.

Clemente reforçou o fato de que esse é um cálculo tecnicamente embasado. “A ideia é tornar o veículo flex mais eficiente no consumo do etanol, valorizando o veículo que estiver acima da relação de 70%. Essa é uma forma de incentivar o desenvolvimento da tecnologia, fomentando a produção de veículos mais eficientes. O cálculo proposto na legislação foi feito de tal maneira que a eficiência no consumo de um combustível não seja alcançada em detrimento do outro, sob pena de anular os benefícios."

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