Safra de Soja 2024/25 deverá ser recorde
26-02-2025

Clima favorável em estados-chave impulsiona produção brasileira, apesar de desafios no Sul
A produção de soja no Brasil em 2024/25 deve atingir um novo recorde, segundo a mais recente projeção da Hedgepoint Global Markets. A estimativa foi elevada para 171,5 milhões de toneladas, um acréscimo de 700 mil toneladas em relação ao levantamento anterior de janeiro. O crescimento se deve, principalmente, às altas produtividades registradas em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia, onde as condições climáticas melhoraram significativamente após o início das chuvas em outubro de 2024.
Embora o desempenho positivo nesses estados ajude a equilibrar a safra nacional, algumas regiões enfrentam dificuldades. No Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, a estiagem prejudicou as lavouras, impactando negativamente as produtividades médias nesses estados.
A produção final ainda pode sofrer alterações, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a colheita tem início em março. Segundo a Hedgepoint, até 14 de fevereiro, 27% da safra já havia sido colhida, um percentual ligeiramente abaixo do mesmo período no ano passado (29%), mas superior à média dos últimos cinco anos (25%). Esse avanço indica uma recuperação dos atrasos iniciais da safra.
O índice de diferença normalizada de vegetação (NDVI) corrobora as projeções otimistas para estados como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, onde os valores se mantiveram acima da média, indicando um desenvolvimento saudável das lavouras.
No caso do Rio Grande do Sul, o NDVI aponta para um crescimento abaixo da média em comparação a safras anteriores, mas sem indicativos de uma quebra generalizada. A recente melhora nas condições climáticas ajudou a reduzir as perdas potenciais no estado.
Dados da Conab indicam que, até 16 de fevereiro, 28,7% das lavouras brasileiras estavam na fase de enchimento de grãos, com maior concentração no Rio Grande do Sul. Além disso, 2,1% ainda estavam em desenvolvimento vegetativo e 7,4% em floração, também predominantes no estado. Esses números reforçam a necessidade de um acompanhamento climático constante, pois qualquer alteração pode afetar a produtividade final.
Os mapas meteorológicos indicam baixa umidade entre 20 e 26 de fevereiro na maior parte do país, favorecendo a colheita na região central. No entanto, a estiagem persistente no Sul pode agravar as condições das lavouras gaúchas.
Entre 27 de fevereiro e 5 de março, a umidade deve retornar ao Rio Grande do Sul e ao norte de Mato Grosso. No entanto, chuvas intensas na Região Norte podem dificultar a colheita e o escoamento da safra para os portos do Arco Norte, impactando os preços de exportação.
"As previsões para março continuam indicando baixa umidade no Sul, o que pode aumentar os riscos de perdas produtivas", alerta Luiz Fernando Roque, coordenador de inteligência de mercado da Hedgepoint. Com isso, o monitoramento constante do clima seguirá como fator determinante para consolidar a safra recorde de soja no Brasil em 2024/25.