“Se o Consecana não for revisto, o setor pode perder a cana do fornecedor”, diz Paulo Rodrigues
20-11-2017

Segundo o produtor, a baixa remuneração pela cana leva produtores a trocarem pela soja e milho e não só nas áreas de renovação

“O setor sucroenergético precisa muito de cana, mas corre o risco de perder a cana do produtor, em decorrência do preço defasado. Nesta safra, a remuneração pelo Consecana está 15% abaixo do custo de produção. Não há quem aguente, por isso, o produtor busca outras alternativas à cana e está partindo para a soja e milho, que entre a safra e a safrinha, remuneram mais que a cana. Neste ano, minha área com soja foi maior que a com cana. Eu não quero isso, quero plantar cana, mas com esse valor baixo, está sendo inviável”, diz Paulo Araújo Rodrigues, produtor de cana na região de Guariba, SP.

Paulo, que é filho do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, salienta que o Consecana, método de remuneração de cana, é a melhor fórmula, porém precisa ser revisto. “Isso deveria ter acontecido há cinco anos, mas até o momento nada. Não caminha, ficam na conversa, é necessário definição, as usinas precisam reconhecer a importância da cana do produtor. Sabemos que a situação não tem sido fácil para ninguém, mas pode ficar pior, sem a cana do fornecedor”, alerta. Os produtores respondem por cerca de 30% da produção total de cana.

O Consecana - Conselho dos Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo- é uma associação civil, sem fins lucrativos, formada por produtores de cana e industriais produtores de açúcar e etanol. A Diretoria é composta de 5 membros indicado pela UNICA – União das Indústrias Canavieiras do Estado de São Paulo e 5 membros indicados pela ORPLANA – Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil. As decisões são sempre tomadas por consenso, e por trás do Consecana há um órgão técnico, composto por mais oito representantes de cada lado, que é responsável pelo acompanhamento e por análises do setor.

O Método basicamente busca auferir o faturamento obtido pela unidade industrial por tonelada de cana e através da participação do custo de produção de cana no custo total (industrial +cana), determina uma parcela do faturamento total destinado a pagamento ao fornecedor. O método de um lado quantifica o total de açucares recuperáveis (ATR) na cana e de outro o preço de faturamento por Kg de ATR aplicando a seguir o fator de participação do fornecedor, do que resulta o preço bruto por tonelada de cana.

Nos últimos dias, as negociações para revisão do Consecana se intensificaram e a expectativa é de que a qualquer momento, novidades sejam anunciadas.

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