Sem moer, Usina Maringá vira assentamento de sem-terra
28-07-2015

Em Araraquara, SP, a Usina Maringá está a mais de um ano sem moer, encerrou suas atividades deixando centenas de funcionários desempregados e sem receber. Possui uma dívida que gira em torno de R$ 1 bilhão somente com o governo, fora os demais credores, entre eles fornecedores de cana, a maioria tem várias safras para receber.

Funcionários, que por anos (alguns por décadas) moravam na colônia da Usina tiveram água e luz cortados, como forma de pressão para desocuparem as casas. Se a colônia ficou às moscas, parte das terras da usina foi invadida por ex-funcionários que, com o apoio do ‘Movimento dos Sem Terra’, formaram um enorme acampamento onde cerca de 400 famílias moram sem as condições básicas de saúde e higiene, como água encanada, energia elétrica, rede de esgoto.

Em 15 anos, o Ministério Público do Trabalho registrou quase 50 inquéritos contra a usina Maringá. Em um deles, a empresa foi condenada a pagar cheques sem fundo dados para rescisão trabalhista. A Justiça também determinou o bloqueio imediato e total dos bens da usina e de seus sócios, visando garantir o pagamento de verbas rescisórias de funcionários. Mas muitos continuam sem receber.

Na safra passada, já sem moer, ex-funcionários reclamaram de que equipamentos da Maringá, que deveriam ser vendidos para abater o pagamento das dívidas, seguiram para a Usina Santa Rita, outra unidade do Grupo Diné, localizada em Santa Rita do Passo Quatro, SP. Nesta safra, a Santa Rita também deixou de moer.

Não dá para responsabilizar apenas a crise que se abate sobre o setor pelo fechamento das unidades do Grupo Diné, a situação já é precária há muitos anos, mesmo antes de 2008. Para muitos, o encerramento das duas unidades, demorou. Mesmo assim, é lamentável, representa uma baixa de cerca de seis mil vagas de trabalho e menos geração de renda nas regiões de Araraquara e Santa Rita.

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