Sertãozinho perde talentos com a crise da cana
17-06-2014

Até 2007, Sertãozinho, no interior de São Paulo, o maior polo mundial de tecnologia canaviaiera, ocupava o sexto lugar no ranking das melhores cidades brasileiras, medido por pesquisas da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, que levam em conta emprego, nível de renda, saúde e educação. Suas mais de 500 fábricas estavam abarrotadas de encomendas para atender às usinas de todo o Brasil. Faltavam trabalhadores para dar conta da demanda. Os salários subiam. O comércio era pujante e os bares e restaurantes viviam lotados.

Dois anos depois, com a crise do setor sucroenergético, Sertãozinho desabou para o 154° lugar no ranking, e dali não conseguiu sair, pois a crise perdura. A cada crise sucroenergética, a economia de Sertãozinho mingua, e volta a crescer nas épocas de vacas gordas. Para reduzir essa dependência com a cana, o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br) e a prefeitura do município têm incentivado as indústrias a investirem em outros setores como o de petróleo e gás. Mesmo assim, segundo o secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni, a cana responde por 70% da economia sertanezina e 48% dos empregos diretos.
“Sertãozinho já liderou o ranking das cidades que mais empregam, hoje é uma das últimas. Mas além de perder vagas de trabalho, estamos perdendo talentos, pois esse profissional que qualificamos para desenvolver tecnologia, está deixando nossas fábricas. Quando a retomada de investimentos no setor sucroenergético voltar, haverá ainda mais carência de mão de obra qualificada. Este é mais um ponto negativo da crise”, salienta Liboni.