Setor agrícola apresentará propostas a presidenciáveis
10-07-2014

A fim de minimizar os principais entraves para expansão do setor agrícola, como logística e infraestrutura, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) busca uma aproximação aos candidatos à presidência da República. Um plano de ação foi formulado pela entidade e será entregue aos três presidenciáveis mais bem posicionados nas pesquisas, na tentativa de obter o apoio deles.

O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, disse que há um distanciamento entre o agronegócio e o atual governo, "fato que não ocorria durante gestões anteriores". O plano de ação elaborado por um grupo de técnicos em parceria com a Abag se norteia por cinco princípios: sustentabilidade, competitividade, orientação aos mercados, segurança jurídica e governança institucional.

Os candidatos receberão o documento e terão a oportunidade de se posicionarem ao setor durante o 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio, marcado para o próximo dia 04. Na impossibilidade de comparecer, os presidenciáveis poderão gravar um posicionamento para ser apresentado durante o evento por um representante.

"Cada um vai falar o que achou daquilo e vamos ver se condiz com as necessidades do setor", enfatiza. Carvalho conta que os problemas do setor são discutidos com o governo há quatro anos, mas algumas decisões envolvem interesses de mais de um ministério e "o pleito do setor agrícola deixa de ser prioridade".

Desta forma, a última saída é passar a tratar com a presidência, daí o interesse pela aproximação com os candidatos ao cargo. "O Brasil foi convocado pela FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura] a aumentar em 40% a produção de alimentos considerando um crescimento de dois milhões para a população mundial, para os próximos 20 anos. Se isso não acontecer vai faltar comida no mundo", explica Carvalho.

Para ele, esta expansão só será possível mediante políticas de estímulo à cadeia produtiva nacional. Outro problema destacado por Carvalho foi o sistema de seguro rural. "Os Estados Unidos tiveram uma forte seca alguns anos atrás, período em que o Mato Grosso sofreu pela mesma intempérie. Lá, todos os produtores continuam da mesma forma, aqui eles são protestados pelos bancos e adquiriram dívidas imensuráveis", conta.

Segundo o presidente, cerca de 6% das áreas agrícolas são seguradas no Brasil, contra mais de 90% na produção norte-americana. Questões voltadas à sustentabilidade - adoção de práticas de produção agropecuária preservando os recursos naturais - também fazem parte das discussões do setor, que defende, por exemplo, agilidade na aplicação do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Nayara Figueiredo