Setor afirma que medida é imediatista
26-11-2014

Encontrou respaldo apenas entre professores e acadêmicos a solução dada pela Aneel para trazer equilíbrio ao setor elétrico --reduzir o limite máximo do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças, o valor da energia no mercado de curto prazo).

Geradores, distribuidores e consumidores de energia ouvidos pela Folha, em sua maioria, afirmam que a medida é imediatista e pune empresas que acreditaram que regras seriam mantidas.

"É uma solução imediatista para um problema estrutural. Mais uma vez, baixa-se o preço por decreto", afirma Alexei Vivan, da ABCE, associação que reúne geradores, distribuidores e transmissores de energia, aludindo à medida provisória 579, de 2012, que reduziu o custo da eletricidade.

Almir Martins, presidente da Cesp, criticou a forma como o governo conduziu a mudança de regras. "Quase nenhuma sugestão não foi considerada. Virou uma canetada", diz.

A Anace, associação de consumidores livres, reclama que empresas que compraram energia antes da divulgação do novo teto podem perder competitividade com o novo preço.

"Não é justo que consumidores que se protegeram para não ficar sem energia sejam penalizados. Podemos questionar legalmente essa medida", diz o diretor Carlos Faria.


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Djalma Mosqueira Falcão, da UFRJ, vê de forma positiva a mudança. "Limitar a ampla variação do PLD torna o mercado mais previsível, menos aleatório", afirma.

A CPFL também elogiou a medida. "A decisão de reduzir o preço-teto do PLD está em linha com as contribuições feitas pelo grupo", disse em nota.