Setor necessita de novas políticas que poderão reabrir usinas de álcool
21-05-2014


O presidente da Siamig, Mário Campos, disse em entrevista exclusiva ao Jornal do Sudoeste, que somente a adoção de novas políticas públicas pelo governo poderão fazer com que as indústrias de etanol, como a Cepar (Central Energética Paraíso), em São Sebastião do Paraíso (Sul de Minas), possam ser reabertas no futuro. Ele disse que o setor já vinha em crise desde 2011, época em que o governo estava segurando os preços dos combustíveis na bomba.

Mário acredita que o setor, que enfrenta desconfiança dos donos de terra e do mercado em geral, ainda possa reagir e resgatar a credibilidade. Ao comentar sobre essa situação do setor, o presidente da Siamig lamentou o fechamento de várias usinas de etanol em todo o país. "Foram 48 em todo o Brasil, seis só em Minas Gerais, inclusive a de Paraíso. Esta situação causa muitos problemas para as cidades, como o desemprego e tem outros impactos negativos como redução de impostos entre outras consequências ruins", aponta.

Mário cita que a crise vem desde 2011, um período em que o Governo Federal vinha monitorando os preços na bomba, principalmente em relação à gasolina e o diesel, com a justificativa de impedir o crescimento da inflação. Também na época houve o aumento da frota de veículos bicombustíveis. "Foram medidas que podemos chamar de populista e de cunho político", descreve.

As empresas sofreram o impacto e aquelas que não tinham condições de sustentação foram as que mais foram penalizadas, como foi o caso da Cepar. "Outras indústrias que atuam com a produção de açúcar e de energia tiveram condição de se manterem, mas as empresas mais novas ficaram em situação difícil e o resultado foi o fechamento de usinas em seis cidades de Minas".

Ele acredita que há saída para o setor: "Lutamos por uma política que mude a regra de mercado, tem que haver preço competitivo, tem que haver sustentabilidade. Sou otimista, porque é a sociedade quem paga. Os bancos fizeram empréstimos enormes às usinas, mas não podemos viver de ilusão. O álcool é um produto que gera energia renovável e limpa e os produtores não vão deixar esta conquista".