Setor sucroenergético deve ganhar o Consepalha
08-04-2015

A comercialização de energia responde por algo em torno de 10% a 12% da receita, o que ajuda na competitividade da empresa como um todo. E o que se viu em 2014 foram muitas unidades buscando ao máximo fazer caixa com a bioeletricidade. 

As usinas que puderam aproveitar os bons preços para vender o excedente, saíram no lucro. Durante boa parte do ano o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que é o balizador do preço no mercado de curto prazo, ficou próximo ao teto admitido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que era de R$ 822,23 – para 2015 este teto foi reduzido para R$ 338,48.
Para aumentar a produção de energia, as unidades sucroenergéticas estão engordando o volume de bagaço de cana com outras fontes, como a palha da cana. Fato que esquentou uma antiga polêmica: a de que o produtor de cana, deve ganhar mais pela cana, uma vez que a usina está faturando não apenas com a sacarose da cana, mas também com a biomassa.
Na maioria dos estados produtores, o sistema que rege a remuneração da cana é o Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool), uma associação formada por representantes das indústrias de açúcar e álcool e dos produtores de cana.
O conselho criou um sistema de pagamento da cana-de-açúcar pelo teor de sacarose, com critérios técnicos para avaliar a qualidade da cana-de-açúcar entregue pelos plantadores às indústrias e para determinar o preço a ser pago ao produtor rural. O sistema tem adoção voluntária. Pelo sistema, o valor da cana-de-açúcar se baseia no chamado Açúcar Total Recuperável (ATR), que corresponde à quantidade de açúcar disponível na matéria-prima subtraída das perdas no processo industrial, e nos preços do açúcar e etanol vendidos pelas usinas nos mercados interno e externo.
Sobre a reivindicação do produtor de cana para remuneração da biomassa no caso de comercialização de energia, Antonio Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica, diz que esse não é tema que caiba discussão no Consecana, pois este sistema trata dos produtos oriundos da sacarose, como açúcar e etanol. Mas já pensa-se na criação de um outro conselho para debater a questão.
Luiz Carlos Dalben, presidente da Ascana - Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê – é um grande conhecedor no tema recolhimento e comercialização de palha para a produção de energia, iniciou a prática em 2004 e fornece a biomassa para o Grupo Zilor. A experiência de Dalben tem servido de base para as discussões sobre o tema, segundo ele, está sendo elaborado o Consepalha para debater a participação do produtor de cana nesse novo negócio do setor, a bioeletriidade.
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