Setor sucroenergético inicia 2018 mais otimista
15-12-2017

Demandas e aproximação com Governo Federal funcionam como injeção de ânimo para os profissionais do segmento canavieiro

Andréia Vital

A aprovação do RenovaBio pelo Senado Federal na última terça-feira foi considerada um alívio e o começo de um futuro mais promissor para representantes do setor sucroenergético. A notícia chegou durante o evento de encerramento da safra 2017/2018 da Tereos Açúcar & Energia Brasil e foi aplaudida pelos cerca de mil participantes.

“O RenovaBio é um marco histórico porque temos, pela primeira vez, um programa de biocombustíveis. Este programa não vai somente trazer benefícios para os produtores, mas também vai possibilitar ao Brasil ser protagonista em relação à redução de efeito estufa. Paralelo a isso, o programa é baseado na sua eficiência energética e isso significa que nós teremos, a médio prazo, um ganho de eficiência, que será convertido em maior acesso ao etanol por parte dos consumidores, porque, com certeza, nós teremos uma redução de preço no futuro”, avaliou Jacyr Costa Filho, diretor da Região Brasil do Grupo Tereos.

“O RenovaBio é a alavanca para conseguir o aumento de produtividade necessário ao setor” afirmou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao palestrar na ocasião. Segundo ele, a iniciativaestabelecerá previsibilidade no programa de combustível do Brasil com base em renovação tecnológica e investimento, possibilitando ao produtor brasileiro “tocar em frente seu negócio”.

Rodrigues ressaltou o entusiasmo em relação à sanção presidencial, que deverá ocorrer em 15 dias a partir da aprovação no Senado do PL 9.086/2017, do deputado Evandro Gussi (PV-SP), que cria a Política Nacional de Biocombustíveis, chamada de RenovaBio. “Além de previsibilidade, o RenovaBio vai garantir o compromisso assumido pelo Brasil na COP 21, que é de reduzir as emissões de gás efeito estufa, em 37%, até 2025, e em 43%, até 2030. O papel central para atendermos essa demanda virá da agricultura seja com os biocombustíveis, seja com o Plano ABC (Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura) o qual o Brasil se destaca por ter a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) em curso, já ocupando quase 11 milhões de hectares cultivados dessa forma”, elucidou o ex-ministro.

Para o secretário de Agricultura e Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, a proposta aprovada para o RenovaBio foi construída pelo setor, que não reivindicou benefício, e sim reconhecimento de uma fonte renovável que é muito diferente em relação às fontes fósseis. “O combustível renovável gera muito mais emprego,sua matéria-prima é plantada anualmente, tem uma cadeia muito mais longa, que envolve plantio, colheita, comercialização, tudo isso fica muito reforçado agora com a vinda do RenovaBio”, destacou, reforçando a necessidade de se incorporar este diferencial, essa externalidade, dando assim previsão de crescimento epossibilidade de se fazer planejamentos de mais longo prazo.

Jardim ainda frisou que o programa vem em boa hora visto que o país tem perdido espaço em um segmento que já considerado o número um. “Há 10 anos nós produzíamos o dobro da produção de etanol dos EUA; hoje, osamericanos produzem o dobro do etanol que nós produzimos”, alegou, completando, “Nós não inauguramos nenhuma nova usina no estado de São Paulo há mais de oito anos e a última inaugurada no Brasil foi há três anos, então tudo isso significa que nós derrapamos neste setor que é diferente e essencial para o Brasil. O nosso etanol é um combustível renovável mais adequado do mundo. É um alento novo a vinda do RenovaBio”, concluiu.

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