Setor sucroenergético nacional tem futuro brilhante, afirma Maílson da Nóbrega
20-11-2017

Brasil precisa recuperar investimentos e produtividade, caso contrário será um país medíocre, diz ex-ministro

Andréia Vital

“A produtividade é ocalcanhar de Aquiles do processo de crescimento do Brasil”, afirmou o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, ao traçar um panorama sobre a economia brasileira durante as comemorações dos 15 anos da Comerc Energia, maior gestora de energia elétrica do país, da qual é um dos conselheiros, realizada na última semana, na capital paulista. Segundo o ex-ministro, sem recuperar investimentos e, sobretudo, a produtividade, dificilmente o Brasil voltará a ter um ciclo de crescimento robusto e duradouro.

Ao fazer uma análise do cenário nacional, ressaltou as principais conquistas do Brasil nas últimas décadas, dentre elas a construção de sólidas instituições de controle do governo e o agronegócio. “O Brasil inventou a agricultura tropical; estamos fazendo a terceira revolução agrícola, resultado de uma combinação de vários fatores como o trabalho de pesquisa da Embrapa adaptado à cada clima e a migração do Sul e Sudeste para o Centro-Oeste, que responde, hoje, por 70% da produção de grãos do Brasil”, afirmou, pontuando que esses fatos tornaram o país o número um na exportação de seis produtos agrícolas: soja, açúcar, café, carne, frango e suco de laranja.

“Provavelmente, vamos ser número um também no etanol. O setor sucroenergético tem muito futuro, apesar de ter sofrido bastante com o controle da gasolina e do diesel, quebrando muitas empresas e deixando um passivo enorme”, ressaltou, afirmando que o segmento tem uma capacidade enorme de inovação e de reunir talentos e recursos para uma nova jornada, o que colocará o biocombustível na posição que merece.

Analisando ainda a conjuntura, afirmou que a economia saiu da recessão e que vários indicadores já sinalizam uma lenta recuperação. Segundo ele, o PIB deve crescer 0,7% em 2017 e 2,8% em 2018; a inflação (IPCA) ficará em 3,2% em 2017 e 4,1% em 2018 e a taxa Selic, de 7% em 2017, em fevereiro de 2018 deve chegar a 6,75%. “Nos dois casos, é a mais baixa taxa Selic desde sua criação, nos anos 1970”, comentou, dizendo que, embora seja difícil prever devido à influência de um conjunto de fatos, a taxa de câmbio deve ficar em R$ 3,1 USD este ano e ir a R$ 3,25 USD, em 2018.

“O desemprego está caindo e deve continuar neste ritmo. A situação melhora nos próximos meses, e é provável que 2017 termine com a taxa de desemprego por volta de 12% e chegue a 11,5% no próximo ano. Isso significa que, este ano, 12 milhões de pessoas estão fora do mercado de trabalho e 11 e pouco ainda estarão no próximo ano”, elucidou, explanando também sobre as tendências, desafios e riscos do Brasil nos próximos anos, muitos deles associados às eleições presidenciais de 2018.

“Apesar dos problemas, os mercados continuam otimista com o Brasil e têm razões para isso, com uma boa equipe econômica e um governo que avança em reformas”, disse, reforçando: “O Brasil, antes conhecido por causa de Pelé e Neymar, agora é conhecido pela Lava-Jato e isso fez aparecer uma coisa nova no país: o sentimento antipolítico e uma preocupação grande da população com a corrupção”, concluiu.

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