Seu canavial pode estar com raquitismo sem você saber
21-05-2015

O Raquitismo das Soqueiras é uma doença que muitos não dão atenção devido ao fato de não apresentar sintomas característicos que permitam sua identificação no campo, mesmo para os especialistas mais experientes.

Ocorre que, devido à ausência de sintomas característicos, uma planta doente pode dar origem a toletes aparentemente sadios que serão, posteriormente, usados na multiplicação de mudas. Segundo levantamentos do Laboratório de Genética Molecular (LAGEM), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com amostras de canas enviadas para análise no período 2009-2011, a bactéria Leifsonia xyli subsp. Xyli, responsável por causar a doença, foi detectada numa porcentagem que variou de 23,6% a 27,1% nesses anos.

O professor associado Alfredo Seiiti Urashima, responsável pelo LAGEM, afirma que, possivelmente, a disseminação nos canaviais brasileiros seja ainda maior, se for levado em consideração que as amostras examinadas são as melhores, visto que serão empregadas como matrizes na produção de mudas (sofrendo seleção para as mais sadias). “Acredito que seria difícil citar alguma usina no Brasil que não tenha cana com essa doença”, afirma Urashima.

RENOVAR O TALHÃO ANTES DA HORA

Estudos apontam que, ao longo dos últimos anos, o raquitismo das soqueiras causou quebra de produtividade de até 41% na África do Sul, de 12% a 37% na Austrália, de 9% a 33% nos Estados Unidos e de 50% na Índia. Considerando esses números, é fácil afirmar que o Brasil também deve sofrer sua parcela de danos. Embora não existam trabalhos científicos que mensurem a quebra de produtividade no país, pesquisadores apontam que as perdas podem chegar a 30% em TCH.

Outro agravante da doença é relacionado ao aumento do custo de produção da cana, devido à necessidade de se realizar reformas antecipadas no canavial, já que os danos aumentam em função do número de cortes, justificando o nome raquitismo das soqueiras para a doença.
Urashima ressalta que o problema é bem maior do que muitos imaginam, principalmente pelo fato de não haver no mercado variedades resistentes a doença. “Além disso, nem todas as usinas e produtores independentes fazem análises dos materiais a serem empregados como matrizes para produção de mudas. Com isso, a mecanização, adotada largamente nos canaviais do Centro- Sul do Brasil, dissemina eficientemente a bactéria a partir de um único tolete doente presente no campo”.

Veja mais informações na revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones e receba grátis no celular as edições – www.canaonline.com.br