Sob risco de um La Niña forte no Brasil, contratos do açúcar fecham em alta
24-11-2021

Preocupações quanto aos impactos do fenômeno climático La Niña na safra brasileira de cana-de-açúcar para a próxima temporada favoreceram a alta nas cotações da commodity nesta terça-feira (23) nas bolsas internacionais, que fecharam em alta em todos os lotes da ICE de Nova York e Londres.

Em Nova York, o vencimento março/22 foi contratado a 20,11 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 35 pontos no comparativo com os preços da véspera. Já a tela maio/22 foi contratada a 19,77 cts/lb, alta de 29 pontos. Os demais contratos subiram entre 8 e 23 pontos.

Operadores disseram à Reuters que estão observando de perto o potencial do fenômeno climático La Niña, que poderia levar a outra safra ruim no Brasil no próximo ano. "O departamento meteorológico da Austrália disse nesta terça-feira que um fenômeno meteorológico La Niña se desenvolveu no Oceano Pacífico pelo segundo ano consecutivo".

Ainda segundo a Reuters, o La Niña pode levar a um clima mais seco do que o normal ao sul do Brasil, região que sofreu com a seca este ano.

"Na terça-feira, o governo brasileiro reduziu em quase 10% sua projeção para a produção de açúcar nesta safra na região Centro-Sul para 30,7 milhões de toneladas após uma avaliação do impacto da seca e geadas nas lavouras", trouxe, ainda, a Agência Internacional de Notícias.

Açúcar branco

Em Londres o contrato março/22 para o açúcar branco foi contratado ontem a US$ 518,40 a tonelada, alta de 10,40 dólares no comparativo com os preços de segunda-feira. Já a tela maio/22 subiu 9,80 dólares, negociada a US$ 517,10 a tonelada. Os demais lotes subiram entre 7,70 e 9 dólares.

Açúcar cristal

No mercado doméstico a terça-feira foi de baixa nas cotações do açúcar cristal medidas pelo Indicador Cepea/Esalq da USP. Ontem, a saca de 50 quilos foi negociada pelas usinas a R$ 153,48, contra R$ 154,44 a saca de segunda-feira, desvalorização de 0,62% no comparativo entre os dias.

Etanol hidratado

Pelo 13º dia consecutivo o etanol hidratado fechou em baixa pelo Indicador Diário Paulínia nesta terça-feira. O biocombustível segue em baixa desde o dia 4 de novembro. Ontem, o hidratado foi negociado pelas usinas a R$ 3.609,50 o m³, contra R$ 3.683,00 o m³ praticado na segunda-feira, desvalorização de 2% no comparativo entre os dias. No mês o indicador já recuou 8,55%.

Rogerio Mian

Fonte: Agência UDOP de Notícias