Tecnologia Dedini pode ajudar Brasil a cumprir pacto pelo clima
22-04-2021

 Planta de concentração de vinhaça fabricada pela Dedini. Crédito: Acervo Dedini
Planta de concentração de vinhaça fabricada pela Dedini. Crédito: Acervo Dedini

O combate ao desmatamento visando a redução das emissões de CO2 deve ser a grande cobrança que o Brasil receberá na Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente norte-americano Joe Biden para os próximos dias 22 e 23 de abril. O país tem condições de reduzir o desmatamento e contribuir de várias outras formas, com destaque para o setor sucroenergético, que tem opções consolidadas e já disponíveis para o combate ao aquecimento global. E a Dedini dispõe de tecnologia para garantir essa contribuição.

A afirmação é do consultor sênior da Dedini S/A Indústrias de Base, o engenheiro José Luiz Olivério, uma das maiores autoridades do país no segmento.

"Na produção e utilização dos biocombustíveis, como etanol, biodiesel e biometano, mitigamos as emissões de CO2. Temos todos os atores operando no Brasil, com os mecanismos estruturais já implantados e sustentáveis", ressalta.

Segundo Olivério, as cadeias de produção (agricultura, indústria, automobilística, energia elétrica) e consumo de biocombustíveis já estão instalados, com tecnologia e desenvolvimento próprios. Da mesma forma, já está em operação o RenovaBio, forma de monetizar a contribuição que os biocombustíveis dão para a redução das emissões.

"O RenovaBio define um critério para transformar a redução de emissões em um ativo financeiro, uma nova receita recebida pela usina, de acordo com a eficiência do etanol, ali produzido, na redução de emissões ao substituir os combustíveis fósseis", explica.

O RenovaBio introduziu o CBio (Crédito de Descarbonização por Biocombustiveis), que corresponde monetariamente ao valor de uma tonelada de redução de gás carbônico.

Em 2020, foram emitidos 14,5 milhões de CBios, ou seja, foi evitado o lançamento de 14,5 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Cada CBio teve preço médio de mercado de R$ 44 em 2020, assim, a redução de cada tonelada correspondeu a esse valor, um estimulo financeiro para que usinas aumentem sua eficiência.

Dessa forma, segundo Olivério, cresce a importância de tecnologias que melhorem o desempenho sustentável do setor sucroenergético, que começa a ser chamado de 'sucrosustentável'. E nesse cenário, a Dedini está inserida.

"A Dedini está nessa rota há vários anos, sintonizada com as necessidades dos clientes. Em 2009, desenvolveu e apresentou a USD, uma usina completa que engloba tecnologias já existentes com novas tecnologias e que produz um etanol que maximiza a mitigação de gases de efeito estufa", explica Olivério.

USINA SUSTENTÁVEL DEDINI - A USD tem seis bioprodutos: bioaçúcar, bioetanol, bioeletricidade, biodiesel e/ou outros bioprodutos integrados, biofertilizantes e bioágua, e se baseia em duas ideias: otimização e conceito zero. O resultado é que a USD utiliza a mínima quantidade de matérias-primas e insumos, para obter o máximo de produtos mitigadores de emissões.

Ao mesmo tempo, não gera resíduos e efluentes, não compromete e não polui o ambiente e não consome água de mananciais, mas produz um excedente: a bioágua.

Fenando Boscariol, Superintendente de Engenharia da Dedini, enfatiza que a sustentabilidade dessa usina é resultado da integração de 32 tecnologias, algumas tradicionais como a limpeza de cana a seco e a utilização de moendas de alto desempenho com acionamento elétrico, e outras de inovação, com foco na sustentabilidade. No resultado final, o etanol produzido por essas usinas Dedini evita a emissão de três quilos de gás carbônico por litro de etanol equivalente, contra os dois quilos mitigados pelas usinas tradicionais, o que resulta em maior quantidade de CBIOs.

Boscariol cita, como exemplo do interesse por uma dessas tecnologias, uma usina da Flórida (EUA), que ao atender as novas prerrogativas de colheita de cana crua para evitar as emissões decorrentes da queima da cana, comprou da Dedini o sistema SLC (Separação e Limpeza da Cana e da Palha) para processar 14 mil toneladas de cana/dia, ou seja, 100% da capacidade de processamento da usina. A palha é utilizada como um dos componentes da compostagem, aplicada como fertilizante em substituição ao de origem fóssil, reduzindo também emissões. No Brasil, uma excelente utilização dessa palha é na produção da bioeletricidade, mitigando emissões.

Outro produto de impacto ambiental importante, de acordo com Boscariol, é o DCV (Dedini Concentração de Vinhaça), uma planta que otimiza energeticamente a produção de vinhaça concentrada, que retorna à lavoura como fertilizante, reduzindo o uso do combustível fóssil no transporte pelos caminhões e substituindo fertilizante químico, reduzindo as emissões em ambos os casos.

"A água recuperada no DCV retorna ao processo, evitando o uso de água de mananciais, indo no caminho da autossuficiência da usina em água, um importante passo que mais a frente possibilitará a produção de bioágua excedente, que vai ser disponibilizada para outras utilizações. A tecnologia já está disponível e a Dedini forneceu duas plantas DCV ao setor", informa Boscariol.

Angelo Faber, Gerente de Engenharia para Recepção, Preparo e Extração, destaca que na linha da sustentabilidade e de redução de emissões, a Dedini introduziu nas usinas o SADE (Sistema de Alta Drenagem e Extração), com o uso da D.CAD (Camisa de Alta Drenagem, perfurada, para moendas), que aumenta a capacidade de moagem e extração do caldo, produzindo assim mais etanol, reduzindo emissões. A D.CAD também reduz a umidade do bagaço, possibilitando maior produção de bioeletricidade para a rede, reduzindo também emissões.

O Superintendente de Negócios de RGD, Açúcar e Etanol, Norivaldo Zimmermann, informa que a Dedini já forneceu 1.050 camisas D.CAD para o Brasil e cerca de 400 para exportação.

José Luiz Olivério, consultor sênior da Dedini

Crédito: Toda Mídia Comunicação

COMPROMISSO BRASILEIRO

A Cúpula de Líderes é preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-26), a ser realizada em novembro deste ano, no Reino Unido. Nas COPs de 2015 e 2016, o Brasil assumiu o compromisso internacional de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, com base nas emissões de 2005.

Segundo Olivério, para atender esse compromisso o Brasil precisa tomar uma série de ações, incluindo aumentar a produção e consumo atual de etanol em 20 bilhões de litros por ano, até 2030.

Para esse fim, a produção e processamento de cana deve aumentar em 250 milhões de toneladas por safra, crescimento que equivale à instalação de 100 novas usinas completas de etanol, com capacidade unitária de 2 milhões e 400 mil toneladas de cana/safra.

"Essa expansão precisa atender aos atuais e futuros conceitos e requisitos de sustentabilidade e redução de emissões, o que faz dela o cenário ideal para aplicação de tecnologias sustentáveis na lavoura e na indústria de cana. Ideal para a utilização de tecnologias sustentáveis, entre elas a USD Dedini, que já está preparada para atender esse desafio", ressalta o especialista.