Tecnologia promete melhorar o aproveitamento da irrigação no manejo de MPBs
03-07-2018

UPDT cria uma reserva de água e solução nutritiva suspensa ao redor do sistema radicular das mudas pré-brotadas, fornecendo água de acordo com a necessidade da planta

Texto: Leonardo Ruiz

A disponibilidade de água é um dos fatores limitantes para o sucesso do manejo com Mudas Pré-Brotadas (MPBs) de cana-de-açúcar. O recurso tem papel fundamental nos processos bioquímicos que ativam a brotação das gemas. A deficiência hídrica pode prejudicar ou impedir que esse processo ocorra, causando mortalidade de mudas e quedas nas taxas de pegamento.

Ainda nos núcleos de produção de MPB – durante as fases de aclimatação e rustificação -, estima-se que sejam necessárias de três a quatro irrigações diárias para manter o desenvolvimento das mudas pré-brotadas. Após o transplantio para o campo, as MPBs precisarão de, no mínimo, duas lâminas de água por dia para garantir o pegamento.

Esse cenário acaba afastando possíveis adeptos do sistema, principalmente usinas e produtores que não possuem grandes estruturas de irrigação. Porém, uma tecnologia desenvolvida pela UPL - em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) - promete resolver parte desse problema.

Trata-se do UPDT, um polímero vegetal que adsorve de 500 a 700 vezes seu volume em água e disponibiliza para as mudas mais de 95% da água absorvida. Com ele, a planta conseguirá permanecer hidratada de sete a 12 dias, dependendo da necessidade de água da cultura, temperatura média, tipo de solo e umidade.

O representante técnico de vendas (RTV) da UPL, Mário Moisés da Silva, explica que o UPDT é uma tecnologia inovadora que permitirá as usinas e agrícolas adotar o sistema de mudas pré-brotadas, mesmo sem uma grande estrutura de irrigação. “Esse produto cria uma espécie de esponja no sistema radicular da muda. Após uma irrigação, esse polímero irá reter água e nutrientes, disponibilizando-os gradativamente para a muda em todas as vezes que ela precisar.”


Isso pode implicar em uma redução da quantidade de água a ser disponibilizada para a planta. Nas casas de vegetação, o número pode cair de quatro irrigações diárias para até uma semanal. No campo, o valor é ainda maior. A muda transplantada conseguirá permanecer de sete até 12 dias sem que haja irrigação.

No total, desde o momento da extração da gema até 60 dias após o transplantio das mudas, a economia de água chega a ser superior a 40%. Em reais, uma usina que gastaria, anualmente, R$ 144 mil de água irrigando MPB, como no caso da Usina Ferrari - tanto no núcleo de produção como no campo – alcançará uma economia de R$ 76 mil ao ano, já excluindo o valor do investimento do UPDT.

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