Tem mais grãos no canavial
22-12-2017

Amendoim, soja e milho conquistam mais espaço nas áreas de renovação de cana-de-açúcar

Leonardo Ruiz

Amendoinzais até aonde a vista alcança. Este é o cenário encontrado pelos paulistas da região de Ribeirão Preto neste final de ano. Alguns podem até pensar: “mas não tem apenas cana-de-açúcar no interior do Estado?”. Sim. Mas tem amendoim também.

O cultivo ganha força neste período em função da entressafra do setor canavieiro. Cabe uma explicação. Por ser uma planta semiperene, a cana-de-açúcar tem prazo de validade, que gira, normalmente, entre cinco e sete ano. Após este período, na maioria das vezes, a soqueira perde a produtividade ao ponto de não ser mais economicamente viável, levando à sua erradicação e a implantação de novo canavial mais produtivo.

Só que entre a colheita e o novo plantio sobra um período de aproximadamente seis meses em que a área fica vazia, e o produtor sem renda. É aí que entra o amendoim. Plantado, dê preferência, em outubro e colhido, no máximo, em até 150 dias, essa leguminosa só traz benefícios ao solo e ao bolso do produtor. Repondo as condições de fertilidade do terreno; ajuda a quebrar o ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas e promove a fixação de nitrogênio e a incorporação de matéria orgânica; além de gerar renda extra num período em que o caixa ficaria vazio.

Na fazenda do produtor Roberto Rossetti, por exemplo, não tem conversa. Em 100% da área de renovação de canavial é feita rotação cana-amendoim. Uma prática que não é nem ao menos recente na propriedade. É realizada desde o tempo em que seu pai comandava o negócio, há mais de 20 anos. “Nunca deixei a área vazia”, enfatiza.

O ato é tão rentável que apenas suas áreas de renovação não são suficientes para apaziguar seu desejo de plantar amendoim. Todos os anos, ele arrenda cerca de 450 hectares de outros produtores que optam por não fazer rotação em suas propriedades. Azar o deles. O agricultor conta que a renda proporcionada pela leguminosa é infinitamente superior ao que ele ganharia caso apenas arrendasse seu terreno para terceiros. Hoje, a produção de Rossetti beira as 220 sacas/ha, um número bastante considerável.

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