Tem minhoca no canavial
24-12-2015

Fim da queima, rotação de cultura, fertilizantes oriundos da própria cana e boas práticas agrícolas trazem vida aos solos dos canaviais

Foto: Solo que tem minhoca é porque está vivo, é o que ocorre cada vez mais nos canaviais
Crédito: Leontino Balbo Júnior

Luciana Paiva e Clivonei Roberto

Quando se fala em cana-de-açúcar como cultura agrícola, muita gente torce o nariz, salientando que prejudica o solo e os recursos naturais. “Esse é um mito que faz rir os verdadeiros agrônomos”, relata Raffaella Rossetto, engenheira agrônoma do Programa de Cana-de-açúcar do IAC (Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo). “Existem solos no Estado de São Paulo onde a cana é cultivada há mais de 100 anos sem perder produtividade. O que ocorre é que todas as ações humanas geram impacto. A agricultura não seria diferente.”
Jorge Luis Donzelli, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do CTC, explica que diversas culturas são conhecidas pela sua capacidade em proteger o solo, dentre elas, a cana-de-açúcar.“Nota-se que a cana apresenta uma das mais baixas perdas de solo por erosão e a mais baixa porcentagem de perda de água da chuva entre todas as culturas, além de ter alto potencial de reciclar seus nutrientes. O que demonstra a capacidade da cana em preservar os recursos naturais - água e solo. Então, a cana é reconhecidamente uma cultura conservacionista”, afirma.

Para os pesquisadores, caso seja manejada adequadamente, a cana pode ser uma grande aliada do solo e do ambiente produtivo. De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Montezuma, especialista de Produto da Monsanto do Brasil, a cana cobre o solo rapidamente e deixa resíduos culturais da colheita (10 a 20 t/ha) que favorecem a retenção de gases de efeito estufa e a reciclagem de nutrientes, assim como estimula a reagregação e estruturação do solo com maior retenção e preservação de água.
“Se considerarmos que a cultura está presente no Brasil praticamente desde seu descobrimento e que as mesmas áreas ainda permanecem em produção, podemos dizer que seu impacto não foi tão drástico como o de culturas que propiciaram uma maior exposição e movimentação do solo”, diz Montezuma, que completa: “se agregarmos, dentro de critérios técnicos, sistemas mais reduzidos de preparo do solo e rotação de culturas como práticas sustentáveis, podemos ter o econômico, o ambiental e o socialmente correto ajustados dentro do sistema produtivo da cana-de-açúcar.”

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