Test-drive na Coopcana de carro movido a biomentano é exemplo de que da cana tudo se aproveita
07-12-2018

O preço do biometano é próximo ao do gás natural veicular (GNV) tradicional; ou seja, em média 50% mais barato que a gasolina

Na última segunda-feira, 26 de novembro, a Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana Ltda (Coopcana), localizada no município paranaense de Tamboara, viveu um dia histórico para o setor sucroenergético, realizou um test-drive do novo Audi A5 Sportback g-tron abastecido com biometano obtido a partir do biogás gerado com a reciclagem de resíduos da cana.

A tecnologia foi desenvolvida pela Geo Energética,Empresa 100% brasileira, a GEO Energética iniciou as pesquisas de campo para o desenvolvimento da tecnologia de produção de energia e biogás a partir dos resíduos da cana-de-açúcar em 2006. Em parceria com a Coopcana para o fornecimento dos resíduos, em 2011 implementou sua primeira planta comercial numa área de dez hectares no noroeste do Paraná, com capacidade instalada para gerar 4 Mws de energia elétrica a partir da reciclagem da vinhaça, torta de filtro e palha.

Com a adoção dessa nova tecnologia, aCoopcanatornou-se um exemplo de sustentabilidade no setor sucroenergético. Não desperdiça praticamente nenhum dos resíduos do processo produtivo de cana-de-açúcar.

"Décadas atrás, não sabíamos o que fazer com a vinhaça e com as cinzas. A torta era um problema. O bagaço era anunciado na rádio. Os interessados podiam ir até a usina e levá-lo embora gratuitamente", conta o diretor presidente da Coopcana, Germano Sordi. "Hoje não. Atualmente, não sai nada da unidade sem que seja aproveitada antes. Falta apenas a fumaça das chaminés, porque de resto, está tudo encaminhado."

O CO2, por exemplo, vira bicarbonato de sódio. A vinhaça e as cinzas vai inteiramente para o campo. Com o bagaço, se faz energia elétrica. Outros resíduos são reciclados e transformados em biometano, alternativa para substituição do diesel combustível.

Para o diretor da GEO Energética e presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira do Biogás e Biometano (Abiogás), Alessandro Gardemann, o teste de hoje será um marco para a indústria sucroenergética brasileira. "O uso do biometano como substituto do diesel combustível é o passo que faltava para completar a economia circular no segmento."

A transformação do biogás em biometano está sendo feita em parceria com a Acesa Bioenergia, que instalou uma planta na unidade da GEO com capacidade para processar 140 Nm3 (normais metros cúbicos) de biogás por hora. Isso representa uma produção diária de 1.800 Nm3 de biometano, volume suficiente para abastecer, pelo menos, 90 veículos por dia. A Acesa Bioenergia atua no mercado desde 2008 e provê soluções completas para produção, compressão, transporte e comercialização de biometano, seja para uso industrial, comercial ou veicular, como Bio-GNV.

O preço do biometano é próximo ao do gás natural veicular (GNV) tradicional; ou seja, em média 50% mais barato que a gasolina. Em relação ao óleo diesel, o benefício para grandes frotistas chega a R$ 1,00 por litro. Além dos benefícios ambientais e econômicos, o biometano tem outras vantagens como segurança nas instalações e confiabilidade no fornecimento.

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Fonte: CanaOnline