Tristeza em Alagoas, sete usinas pedem recuperação judicial
26-10-2017

Seresta, Sinimbu, Sumaúma, Penedo, Porto Rico, Porto Alegre e Capricho, pedem recuperação para evitar falência

Em Alagoas, o maior produtor de cana da região Nordeste, o setor sucroenergético definha cada vez mais, na última terça-feira (24), sete usinas integrantes da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA) e mais duas empresas que atuam na exportação e manutenção da produção dos cooperados ingressaram com pedido de Recuperação Judicial (RJ), junto à Justiça, solicitando prazo de carência para renegociar e pagar suas dívidas. A RJ substituiu, na legislação brasileira, a antiga concordata.

As usinas que entraram com pedido de recuperação judicial sáo: Seresta (da família do ex-governador Teotônio Vilela Filho), Sinimbu, Sumaúma, Penedo, Porto Rico, Porto Alegre e Capricho, além da Mecânica Pesada Continental S/A e a Coopertrading, respectivas responsáveis pela manutenção das usinas e pelas vendas da produção.

O valor do endividamento ainda não foi revelado, mas as estimativas são "preocupantes", segundo alta fonte do setor. No final de 2016, por exemplo, pequenos produtores protestaram contra o calote de usineiros no pagamento de cerca de R$ 250 milhões pela cana fornecida há mais de três anos. Dos 7,4 mil produtores de cana alagoanos, 90% são pequenos fornecedores. Com as dificuldades financeiras, aliadas à sequência de estiagens, várias famílias estão vendendo suas terras para pagar empréstimos, enquanto as usinas recebem o que produzem antecipadamente e não pagam aos fornecedores.

Agora, o juiz de Falências decidirá sobre o pedido após examinar o plano de recuperação indicado pela Cooperativa, do qual devem constar inclusive uma proposta de prazo de carência para iniciar o processo de renegociação de dívidas a partir de uma assembleia de credores. Os credores, inclusive, serão divididos em categorias, no processo de renegociação, quando serão definidas as novas datas de pagamento das dívidas vencidas.

Alagoas que já contou com 30 unidades sucroenergéticas, caiu para 16, a expetativa de moagem para esta safra é que não deve ultrapassar 15 milhões de toneladas de cana. A safra passada totalizou 16 milhões de toneladas. Além de crise de gestão, do setor e do governo, que levaram várias usinas alagoanas a encerrarem a moagem ou pedirem recuperação judicial, o estado registra quebra de safras consecutivas em decorrência do mais extenso período de seca que castigou a zona da mata canavieira alagoana nos últimos 100 anos.

As chuvas que começaram a ocorrer no fim do primeiro semestre deste ano, estancaram o processo de perda da socaria no canavial por conta da estiagem. Impedindo que houvesse uma safra ainda menor. Por outro lado, ainda é cedo para contabilizar a quantidade de cana que foi recuperado.

O grande desejo na região é que as usinas que pediram recuperação judicial se recuperem e não sigam o caminho das que estão com o fogo morto.

Veja mais informações na revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.