Trump diz que acordo de etanol será de cerca de 60,57 bilhões de litros
09-10-2019

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta que a proposta de seu governo para impulsionar o mercado de biocombustíveis no próximo ano deve elevar a quantidade de etanol à base de milho misturado ao combustível do país para cerca de 60,57 bilhões de litros.

“Chegamos a um acordo e acho que vai chegar perto de 16 bilhões de galões. São muitos galões. Então, eles deveriam gostar de mim em Iowa”, disse Trump em entrevista coletiva.

Atualmente, nos EUA, o programa Padrão de Combustível Renovável (RFS) exige que as refinarias misturem 56,78 bilhões de litros de etanol por ano, mas o lobby da indústria do milho disse que as isenções emitidas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) fazem com que os volumes reais misturados sejam inferiores a isso.

Na semana passada, a EPA revelou a existência de um plano para aumentar o consumo de biocombustíveis nos EUA e ajudar os agricultores em dificuldades, mas não forneceu um número exato. O plano animou o setor agrícola, mas provocou uma reação das grandes empresas do setor de petróleo, que veem os biocombustíveis como uma competição.

O acordo é amplamente visto como uma tentativa de Trump – que enfrenta uma reeleição no próximo ano – de consertar relações com o poderoso lobby do milho. Em agosto, as companhias do setor manifestaram indignação em relação à decisão da EPA que isentou 31 refinarias de petróleo de suas obrigações sob RFS. Isso libertou as refinarias da exigência de misturar biocombustíveis ou comprar créditos.

As empresas de biocombustíveis, os agricultores e os legisladores do Centro-Oeste reclamam que estas isenções prejudicam a demanda por milho, que já está caindo devido à guerra comercial dos EUA com a China. Por sua vez, as refinarias de petróleo dizem que as isenções protegem os empregos de colarinho azul e não têm impacto real no uso de etanol.

O RFS foi criado com o objetivo de ajudar os agricultores e reduzir a dependência dos EUA em relação a fontes de energia estrangeiras, mas se tornou uma constante fonte de conflito entre as indústrias de petróleo e milho – dois setores cruciais para a eleição do próximo ano.

 

Reuters