Trump suspende restrições à gasolina E15 para ajudar agricultores; petroleiras reclamam
03-06-2019

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Trump suspende restrições à gasolina E15 para ajudar agricultores; petroleiras reclamam

O governo dos Estados Unidos suspendeu nesta sexta-feira restrições sobre a venda de gasolina com maior mistura de etanol, mantendo uma promessa de campanha aos agricultores, que sofrem com a guerra comercial com a China, mas gerando uma ameaça legal da parte da indústria do petróleo.

O anúncio permitirá que postos de combustíveis vendam durante todo o ano misturas de gasolina que contenham até 15% de etanol de milho, chamadas de E15, encerrando uma proibição de verão imposta pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) em 2011, sob a administração de Barack Obama, para reduzir a poluição.

“Como prometido pelo presidente Donald Trump, a EPA está aprovando a venda de E15 durante todo o ano, a tempo da época de férias de verão”, disse em comunicado o administrador da agência, Andrew Wheeler, mencionando a temporada em que o fluxo rodoviário norte-americano aumenta.

Em um aceno à indústria petrolífera, a agência também lançou novas regras para ampliar a transparência no mercado para os créditos de biocombustíveis que as refinarias precisam adquirir sob a legislação nacional do setor, mas os passos foram menores que os esperados por muitas das refinarias.

Amplamente antecipada, a ação a respeito da E15 é uma vitória para o lobby agrícola dos EUA, que argumentava que as restrições sobre a mistura na gasolina atingiam produtores, limitando a demanda por combustível baseado em milho, e não forneciam benefícios tangíveis à qualidade do ar.

Uma pesquisa recente apontou que há pouca diferença entre os riscos de “smog” causados pela E15 e pela E10, uma mistura de gasolina que leva 10% de etanol e que já está disponível durante todo o ano.

“Estimamos que essa única mudança vá gerar mais de um bilhão de novos galões de etanol em demanda nos próximos cinco anos”, disse Emily Skor, presidente-executiva do grupo comercial de biocombustíveis Growth Energy, acrescentando que a alteração também pode impulsionar o mercado norte-americano de grãos em cerca de 2 bilhões de bushels no período.

A decisão marca um revés para a indústria petrolífera, que vê o biocombustível como um competidor para seus produtos baseados em petróleo e agora ameaça processar o governo Trump.

“A EPA não nos deixou outra escolha, a não ser buscar ações judiciais para fazer com que essa regra ilegal seja anulada”, afirmou Chet Thompson, presidente e CEO do grupo comercial Fabricantes Petroquímicos e de Combustíveis dos EUA.

Por Humeyra Pamuk

 

Fonte: Reuters - retirado do Portal RIC MAIS Paraná