UE aprova pacote de subsídios para baterias de carros elétricos
10-12-2019

Ponto de recarga de automóveis elétricos em Berlim
Ponto de recarga de automóveis elétricos em Berlim

Comissão Europeia dá luz verde para projeto que visa favorecer mercado europeu de baterias e reduzir a dependência de países asiáticos no mercado emergente de veículos elétricos. Alemanha e França lideram iniciativa.

A Comissão Europeia aprovou nesta segunda-feira (09/12) subsídios de 3,2 bilhões de euros (14,6 bilhões de reais) para sete Estados-membros que planejam desenvolver baterias para veículos elétricos.

A medida veio após uma iniciativa da Alemanha e da França, que visam preparar a Europa para a emergência do mercado de carros elétricos e desafiar a supremacia da China no setor. O continenteprepara a diminuição escalonada dos veículos movidos a combustíveis fósseis em meio a preocupações com o aquecimento global.

A indústria automobilística europeia, que emprega mais de 10 milhões de pessoas em toda a UE, se preocupa com a dependência das baterias elétricas produzidas em países asiáticos. Esses equipamentos, fabricados também na Coreia do Sul e Japão, representam 40% dos custos dos veículos.

O megasubsídio financiado pela Alemanha, França, Itália, Polônia, Bélgica, Suécia e Finlândia, será destinado a um consórcio de 17 empresas e deverá gerar outros 5 bilhões de euros adicionais em investimentos privados, segundo afirma uma nota da Comissão Europeia.

A Comissão, que corresponde ao poder Executivo europeu e também atua como regulador antitruste do bloco, normalmente se opõe com rigor aos subsídios estatais, mas em 2014 concedeu mais liberdade aos estados-membros para apoiarem projetos estratégicos transacionais.

"A produção de baterias na Europa é de interesse estratégico para nossa economia e sociedade em razão de seu potencial em termos de mobilidade e energia limpa, geração de empregos, sustentabilidade e competitividade", afirmou Margrethe Vestager, comissária de UE responsável pelas políticas de competitividade do bloco.

Os subsídios "vão assegurar que esse importante projeto possa avançar sem perturbar indevidamente a competição", completou.

A nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu fazer do combate às mudanças climáticas uma de suas prioridades. A produção de baterias elétricas vem de encontro a sua estratégia para reduzir as emissões de carbono na UE em 50% até 2030, em comparação aos níveis de 1990.

Von der Leyen apresentará nesta semana seu plano chamado de Pacto Verde Europeu, que visa deixar o continente climaticamente neutro até a metade do século. A estratégia deverá exigir que os países do bloco financiem as medidas, o que já gerou resistência de países como a Alemanha, Holanda e outras nações do norte da Europa.

Alemanha e França deverão financiar as pesquisas e o desenvolvimento de baterias recarregáveis de lítio-íon com o grupo francês PSA – que compreende as automobilísticas Peugeot e Citroen e que anunciou recentemente uma fusão com a Fiat-Chrysler – e a fábrica de baterias Saft, com duas unidades industriais sendo construídas nos dois países.

"Estou contente que a Comissão tenha verificado e autorizado em poucas semanas o primeiro grande projeto de baterias na Europa", comemorou em nota o ministro alemão da Economia, Peter Altmaier. "É um grande êxito para a Alemanha e para a Europa."

 

Fonte: Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha