Uma doença silenciosa
25-02-2015

O raquitismo das soqueiras é um problema bem maior do que muitas usinas imaginam. A doença pode infeccionar até 100% do canavial e causar prejuízos de 5 a 30% da produtividade

Leonardo Ruiz

Você sabia que é possível que seu canavial esteja totalmente comprometido por uma doença que muitos não dão atenção devido ao fato de ela não apresentar sintomas característicos que permitam sua identificação no campo, mesmo para os especialistas mais experientes? Trata-se do raquitismo das soqueiras, uma doença que já se instalou nos canaviais do Brasil e que reduza produtividade dos mesmos.
Ocorre que, devido à ausência de sintomas característicos, uma planta doente pode dar origem a toletes aparentemente sadios que serão, posteriormente, usados na multiplicação de mudas. Segundo levantamentos do Laboratório de Genética Molecular (LAGEM), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com amostras de canas enviadas para análise no período 2009-2011, a bactéria Leifsoniaxylisubsp. Xyli, responsável por causar a doença, foi detectada numa porcentagem que variou de 23,6% a 27,1% nesses anos.
O professor associado Alfredo SeiitiUrashima, responsável pelo LAGEM, afirma que, possivelmente, a disseminação nos canaviais brasileiros seja ainda maior, se for levado em consideração que as amostras examinadas são as melhores, visto que serão empregadas como matrizes na produção de mudas (sofrendo seleção para as mais sadias). Confirmando essa suposição, levantamentos sobre a incidência da doença em canaviais do Espirito Santo, sul da Bahia e oeste de Minas, realizados em 2003 e 2004, mostraram contaminação de 67,6% dos talhões analisados e em 28 das 34 variedades amostradas. “Acredito que seria difícil citar alguma usina no Brasil que não tenha cana com essa doença”, afirma Urashima.
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