Uma usina de cana-de-açúcar tem que identificar seus espaços confinados, tanto na indústria como na agrícola
03-10-2016

Tanto em indústrias como em empresas agrícolas, nem todas as áreas são adequadas para o trabalho ou para a permanência humana. Há locais não projetados para serem ocupados. Ambientes em que o trabalhador somente deve entrar eventualmente, para operações de manutenção, por exemplo. Estas áreas são conhecidas, na nomenclatura técnica, como “Espaço Confinado”.

Para identificá-lo é simples. Segundo Rodrigo Thadeu de Araújo, oficial do Corpo de Bombeiros, mestre em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e Membro da Comissão Especial de Estudos da NBR-14787, além de não ser projetado para ocupação contínua humana, o espaço confinado possui meios de entrada e saída impróprios para uma condição normal, principalmente em situações de resgate, e têm ventilação insuficiente, tanto para se garantir a respiração e a temperatura corporal do trabalhador, como para drenar contaminantes, caso necessário.
Todos os setores produtivos apresentam, em suas plantas, locais com estas características, como a indústria naval, de óleo e gás, farmacêutica, de mineração, as concessionárias de energia elétrica, entre outros.
Além disso, em uma agroindústria, os espaços confinados são mais comuns do que se imagina. São encontrados em tonéis, galerias, biodigestores, dutos, silos, moegas, tremonhas, transportadores enclausurados, elevadores de caneca, misturadores, poços, poços de válvulas, cisternas, esgotos, valas, trincheiras, reatores, vasos, colunas, torres de resfriamento, áreas de diques, filtros coletores, lavadores de ar, ciclones, secadores, entre outros tipos de ambientes.
Rodrigo relata que, especificamente em uma usina de açúcar e etanol, são inúmeros os exemplos de espaços confinados, como dornas, caldeiras, tubulações, caixas de passagem de energia elétrica, tanques de combustíveis. “Mas o problema não fica apenas na área industrial. Na agrícola também há várias situações de confinamento, principalmente pela grande quantidade de tanques móveis, como de vinhaça, de caminhões pipa e de alguns implementos. Sem contar que alguns tipos de valas, abertas no solo, também caracterizam espaço confinado.”
Cabe à empresa identificar os espaços confinados existentes em suas instalações, uma vez que são individualizados. Deve averiguar riscos, volume, características, formas de ventilação e definir o nível de monitoramento necessário em caso de entrada em seu interior.
Isto porque cada espaço confinado tem características específicas. De acordo com Rodrigo, a companhia precisa definir protocolos exclusivos para operações naquele espaço, os quais são fruto de uma análise preliminar de risco. Esta preocupação é fundamental para prevenir a ocorrência de acidentes, que podem machucar com gravidamente e ser letais, além de impedir prejuízos materiais.
Em uma usina sucroenergética, por exemplo, uma caixa de passagem pode ter profundidade de 3 metros, e em outra usina, de 2 metros. Já uma caldeira normal gera inúmeros espaços confinados, que durante a entressafra são frequentados para fins de manutenção e inspeção. “Por isso, cada ambiente confinado requer procedimentos de entrada e de emergência individualizados.”

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