UNICA e Bioenergia Brasil reafirmam confiança no governo diante de investigação dos EUA sobre o setor de biocombustíveis
18-07-2025
Entidades destacam liderança do Brasil na descarbonização dos transportes e defendem preservação do comércio bilateral com os Estados Unidos
Em resposta à abertura de uma investigação comercial pelos Estados Unidos relacionada às práticas do setor de biocombustíveis, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Bioenergia Brasil divulgaram nota conjunta à imprensa reforçando a confiança na atuação firme e diplomática do governo brasileiro.
As entidades ressaltam que o Brasil tem se consolidado como referência mundial em mobilidade de baixo carbono, graças a políticas estruturantes e compromissos sustentáveis reconhecidos globalmente. O anúncio da investigação norte-americana acendeu um alerta, mas a postura das instituições brasileiras é de serenidade e confiança na condução do processo.
A nota destaca que programas como o RenovaBio, o Combustível do Futuro e o recém-lançado Mover demonstram a coerência entre a política energética brasileira e os compromissos firmados pelo país em fóruns internacionais, em especial no âmbito do Acordo de Paris. Esses programas estruturam uma base sólida para a transição energética e evidenciam o engajamento do Brasil na agenda do desmatamento zero.
A escolha do país como sede da COP30, que ocorrerá em 2025 em Belém (PA), reforça o reconhecimento global do protagonismo brasileiro na agenda climática.
Etanol brasileiro é referência mundial em sustentabilidade
O etanol produzido no Brasil é reconhecido por sua baixa intensidade de carbono, por seguir critérios de sustentabilidade auditáveis e robustos e por estar em conformidade com exigências ambientais e regulatórias nacionais e internacionais. Trata-se de uma solução eficiente, acessível e de larga escala para a descarbonização dos transportes, que pode beneficiar tanto o Brasil quanto outros países em seus compromissos climáticos.
Desde a introdução dos veículos flex em 2003, a combinação do uso de etanol hidratado com a mistura obrigatória de etanol anidro à gasolina já evitou a emissão de mais de 730 milhões de toneladas de CO₂ equivalente — um volume comparável às emissões totais anuais da Indonésia, oitava maior emissora global de gases de efeito estufa.
Além de seu papel ambiental, o setor sucroenergético impulsiona a economia nacional com geração de empregos, renda e desenvolvimento regional em mais de mil municípios brasileiros. A atividade é considerada estratégica tanto para a segurança energética quanto para a economia verde, sendo fundamental para a transição rumo a um modelo de desenvolvimento mais limpo e justo.
A UNICA e a Bioenergia Brasil destacam que essa relevância socioeconômica e ambiental deve ser reconhecida, protegida e valorizada em qualquer tratativa comercial ou diplomática.
As entidades reafirmam sua confiança no governo brasileiro, que vem conduzindo a questão com responsabilidade e competência diplomática, e defendem a manutenção do comércio bilateral com os Estados Unidos com base no respeito mútuo e na cooperação histórica entre os dois países.
“O etanol é um exemplo de como uma agenda conjunta entre Brasil e EUA pode gerar benefícios para as economias de ambos os países, para suas populações e para o clima global”, conclui a nota.

