Unica pede apoio dos Estados Unidos ao etanol de cana
13-07-2016

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) aproveitou a recente decisão da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), de propor maior mistura de etanol na gasolina consumida no país, para reforçar ao organismo norte-americano as condições do Brasil para suprir o eventual aumento da demanda pelo biocombustível. "Nos últimos quatro anos, cerca de 4,5 bilhões de litros de etanol brasileiro encheram os tanques dos carros americanos. Durante esse período, nosso etanol representou apenas 2% de todos os biocombustíveis renováveis consumidos nos EUA, mas forneceu cerca de 10% de toda oferta americana de biocombustível avançado", disse em comunicado à EPA a presidente da Unica, Elizabeth Farina.

Em maio, a EPA propôs elevar o volume de etanol que refinarias do país devem misturar à gasolina em 2017 para 18,8 bilhões de galões (71,16 bilhões de litros) de etanol de milho e outros biocombustíveis, o que representa um aumento de quase 700 milhões de galões (2,65 bilhões de litros) em relação à exigência do Padrão de Biocombustíveis Renováveis (RFS) para 2016. O volume, no entanto, ainda é bem inferior ao acertado em 2007 no RFS, de 24 bilhões de galões (90,8 bilhões de litros).

Nos comentários oficiais à EPA, a Unica destacou que com as condições adequadas de mercado o Brasil tem capacidade de oferecer aos EUA volumes significativamente maiores do que os 750 milhões de litros de etanol avançado que a Agência prevê em sua proposta de 2017. "Os produtores de etanol de cana-de-açúcar do Brasil reconhecem o importante, embora modesto, papel que eles desempenham em suprir os EUA com um biocombustível renovável, limpo e de baixo carbono", disse Elizabeth Farina.

Segundo ela, a EPA tem a capacidade de estimular o mercado de biocombustível avançado. "Solicitamos à Agência que mantenha um volume de avançado o mais próximo possível dos valores originais do Programa, e que tome providências para encorajar a produção e a importação de biocombustíveis renováveis de baixo carbono em vez de desestimular esses biocombustíveis reduzindo sua demanda", concluiu a entidade.