UNICA trabalha nos bastidores para defender os direitos e conquistas do setor
31-10-2016

Ações da China e da Tailândia, que prejudicam as exportações brasileiras de açúcar, estão na pauta da entidade

Para garantir o bom desempenho do setor sucroenergético, o trabalho não se resume ao campo e a indústria, é fundamental também empenho político, o que acontece por meio de intensa atuação nos bastidores junto ao governo brasileiro e organismos internacionais. Essa articulação fora da porteira se dá, principalmente, em Brasília, junto ao poder.

“Não saio de Brasília”, conta Elizabeth Farina, diretora-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). Elizabeth visita ministérios, secretarias, agências reguladoras, o Itamaraty, se reúne com representantes do governo brasileiro e de outros países. Uma hora o assunto envolve o açúcar, em outra o etanol, a energia, enfim, a pauta é extensa.

Mas é preciso marcar junto, por isso, a UNICA tem um escritório em Brasília, é onde fica Eduardo Leão, diretor-executivo da entidade. Os dias de Leão andam agitados, há muitas frentes para atuar. Um dos problemas recentes é que a China, nosso maior importador de açúcar, avisou o Brasil que está sofrendo pressão brutal de sua indústria doméstica para impor sobretaxa à importação da commodity. Em reunião bilateral, à margem da Organização Mundial do Comércio (OMC), a delegação brasileira questionou a abertura da investigação da China sobre suas importações do produto e insistiu que a aplicação de salvaguarda deve ser manejada com cuidado e de forma excepcional.

O uso desse mecanismo de defesa comercial é raríssimo. Desde 2002 Pequim não abria esse tipo de investigação, que deverá demorar seis meses e resultar em aumento de tarifa ou em entraves maiores à entrada do açúcar estrangeiro em seu mercado.A delegação chinesa está aberta a considerações técnicas apresentadas pelo Brasil, que pediu um encontro bilateral com a delegação chinesa para tentar reduzir os estragos essa poderá causar. E a participação da UNICA é fundamental para a elaboração dessas considerações técnicas.

TAILÂNDIA TAMBÉM É PROBLEMA

Mas outro país asiático também tem tirado o sono de Leão, é a Tailândia, segundo maior exportador de açúcar, atrás do Brasil. A Tailândia tem aplicado uma forte política de subsídio aos produtores, o que elevou sua produção, passando a contar com um excedente exportável maior.

Os brasileiros veem um movimento contínuo de aumento de produção no país asiático. O sistema tailandês de cotas é semelhante ao que a União Europeia mantinha e foi derrubado por ação do Brasil na OMC com ajuda da própria Tailândia, em 2005.

Como essa política prejudica as exportações brasileiras, a pedido da UNICA, o governo brasileiro abriu uma queixa na Organização Mundial de Comércio (OMC), contra o regime tailandês de subsídios ao produto.Pelas regras da OMC,depois de 60 dias de consultas o Brasil já poderia ter abertouma denúncia formal diante dos juízes da entidade global. Mas os dois países continuam conversando sobre uma solução consensual que evite uma longa, e cara, disputa jurídica. O ponto positivo, de acordo com Leão é que a Tailândia reconheceu que sua prática está incomodando o Brasil e sinalizou com uma revisão.

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