Usinas e produtores do Centro-Sul contabilizam safra menor do que estimativas do início do ano
16-11-2016

Depois de o clima ajudar a safra em 2015 e o ano de 2016 começar chuvoso, o panorama mudou a partir do final de março. Vieram estiagens, geadas, temperatura acima da média, chuvas extemporâneas. Com tanta oscilação drástica, não há cultura que suporte. Além do vaivém do clima, as dificuldades financeiras que usinas e produtores enfrentaram nos últimos anos impediu que os canaviais recebessem os cuidados mais adequados. Resultado: os números finais de produção da safra 2016/17 não serão como as estimativas apontavam no início do ciclo. Entidades e consultorias previram diferentes patamares de produção. Houve quem estimasse que a safra pudesse atingir 630 milhões de toneladas. Mas, no frigir dos ovos, a produção final não deverá chegar a 600 milhões. Para a Consultoria Canaplan, o ciclo deverá fechar entre 581 a 592 milhões de toneladas.

Em Goiás, por exemplo, André Rocha, presidente do Sifaeg (Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás), relata que a quebra de safra é superior a 10%, em média. “Temos usina com redução de 20%”, diz Rocha, destacando que o principal motivo foi a falta de chuvas. A previsão inicial de moagem no estado era de aproximadamente 75 milhões de toneladas de cana, patamar que não deverá ser atingido.
A produtividade agrícola mineira teve oscilação acentuada. “Temos regiões em que a produtividade caiu muito, como no Triângulo Mineiro - mais perto de Goiás -, na região central do estado e nas proximidades da Bahia”, relata Mário Campos, presidente da Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais). “Estas regiões foram mais afetadas pela falta de chuva”. No início da safra havia expectativa de uma safra de 65,5 milhões de toneladas, mas serão moídas em MG aproximadamente 63 milhões de toneladas.
Um dos maiores grupos do setor sucroenergético, a São Martinho anunciou recentemente a revisão de sua projeção de moagem de cana na safra 2016/17: para 19,25 milhões de toneladas, ante 20,55 milhões da previsão anterior. Formada por 35 usinas sócias, a Copersucar também registrará quebra agrícola no ciclo atual, de aproximadamente 5%. A moagem, estimada inicialmente em 93 milhões de toneladas, deverá fechar o ciclo em 89 milhões.
A produção de cana pelos produtores da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) também não deverá atingir o previsto. “Acreditamos que os números sejam próximos à estimativa, mas inferiores. A estimativa inicial era de 9 milhões de toneladas entre os associados. Mas, embora a safra ainda esteja em andamento, a produção final será perto de 8,5 milhões – uma redução de 5%”, informa Manoel Ortolan, presidente da Associação.
José Rodolfo Penatti, gerente do departamento técnico da Afocapi (Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba), lamenta a quebra da safra entre os associados: “hoje a redução está acima de 15%”.

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