Usinas estão comprando “de picado”
27-07-2016

Opção que pode aumentar o custo

A situação financeira crítica vivida pela agroindústria canavieira levou ao corte ou redução drástica não só de novos investimentos, mas da aquisição de produtos e serviços indispensáveis para o funcionamento das empresas.

No caso de produtos químicos como clarificantes, antiespumantes para fermentação e antincrustantes, desde que a usina esteja moendo, produzindo açúcar ou etanol, não tem como deixar de utilizá-los do começo ao fim da safra. Ou seja, precisam ser comprados. Mesmo assim, a crise interferiu na forma de compra, levou muitas usinas a utilizarem polímeros de menor qualidade, menor desempenho e, com isso, de preço menor.

Como o setor passou a ser melhor remunerado, as usinas começam a voltar a comprar e a privilegiar produtos de alto desempenho. “Sim, as vendas aumentaram. Não deixamos de vender em decorrência da crise, mas percebemos que muitas usinas optaram por produtos de menor eficiência. Mas agora estão retornando. Está muito melhor”, diz Mirele Paulo, analista de RH e marketing da Engclarian, empresa localizada em Sertãozinho, SP, que produz polímeros de alta performance e possuidora de várias certificações como a ISO 9001:2008 e a KOSHER – Antiespumantes e Dispersantes.

Mas Mirele observa que ainda a situação não está normalizada, pois as usinas mudaram o habito de fazer estoque e estão comprando de picado. “Antes da crise, compravam carreta cheia de produtos, faziam estoque. Agora, compram aos poucos, cada semana pedem uma quantidade”, diz.

Da mesma forma que comprar produtos de qualidade inferior acaba saindo mais caro – uma vez que o desempenho é reduzido –, comprar de picado pode não representar redução de custos. “Quando se compra em maior quantidade, podemos oferecer melhor preço, além de gastar menos com frete, pois pequenas quantidades geram muitas viagens”, alerta Mirele.

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