Usinas focam na produção de etanol e batem recorde na safra 2018/2019
13-05-2019

Expectativas de um déficit global de açúcar não conseguiram alavancar os preços e mudam os planos dos produtores

O Brasil bateu recorde na produção de etanol na safra 2018/2019. Essa marca foi muito em relação das usinas terem desistido dos planos de impulsionar a produção de açúcar neste ano, voltando amplamente seu foco para o etanol, em uma mudança em relação ao início do ano, de acordo com usineiros e analistas.

De acordo com o portal G1, a Alta Mogiana foi uma das várias usinas que investiu em equipamentos de destilação para a nova temporada, aumentando a capacidade de 1,2 milhão de litros por dia para 1,4 milhão de litros diários.

Enquanto o etanol segue os preços da gasolina e também aumenta de valor nas bombas, as expectativas de um déficit global de açúcar não conseguiram alavancar os preços, deixando os valores de referência do produto próximos a mínimas de vários anos. Tradicionalmente o maior produtor mundial, o Brasil viu esse recuo causar corte de quase 10 milhões de toneladas na produção do açúcar do Centro-Sul.

Franciele Rivero, analista da trading açucareira Sopex, espera que o Brasil repita neste ano a alocação de 35% da cana para o açúcar, em linha com a mínima recorde da última temporada. "No início do ano, alguns analistas esperavam que o mix fosse maior para o açúcar, de 39% ou 40%, mas isso mudou", disse ela.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera uma produção de 31,4 milhões de toneladas de açúcar no Centro-Sul, a maior região produtora de cana do Brasil, no ciclo 2019/20. Na safra passada, foram produzidas 26,5 milhões de toneladas. A estatal ainda calcula que 39% de toda a cana colhida no país seja destinada à produção do açúcar, contra 35% na última temporada.

A nova realidade também faz usineiros quebrar contratos de exportações de açúcar deste ano. "Eu tinha alguns contratos com uma cláusula de cancelamento, e decidi cancelá-los. As margens são negativas para exercer esses contratos, então eu preferiria não produzir esse açúcar", disse o usineiro Luís Arakaki.

Já o Grupo Usina Santa Adélia demitiu 50 trabalhadores em uma fábrica de açúcar ociosa em Sud Menucci (SP) e segue a produção apenas em sua unidade principal, Santa Adélia, em Jaboticabal.

 

 

Fonte: Capital News