Valorização do milho contrasta com queda acentuada do açúcar
28-10-2025
Queda nos preços do açúcar pressiona margem das usinas, exigindo reavaliação das estratégias de produção, aponta Markestrat
No acumulado do mês, açúcar acumula queda superior a 7% nos contratos futuros. Foto: Adobe Stock
A semeadura do milho de primeira safra avança com boas condições climáticas no Sul do país, especialmente no Paraná, que lidera o ritmo de plantio. O movimento, segundo os especialistas da Markestrat Group, desencadeou a valorização semanal de 0,83% do grão negociado no mercado físico, refletindo uma demanda firme e otimismo com a produtividade inicial.
Apesar disso, os contratos futuros do grão apresentaram pequenas variações negativas. Conforme os especialistas, o quadro mostra uma cautela do mercado diante do aumento expressivo da produção de etanol de milho, que deve representar cerca de 32% do total nacional na próxima safra — um salto em relação aos 23% atuais. “A entrada de novas unidades produtoras reforça a tendência de consolidação do etanol de milho como componente estratégico da matriz energética brasileira”, destaca a Markestrat em relatório.
Em contrapartida, o mercado de açúcar vive um movimento oposto. No acumulado do mês, a commoditie acumula queda superior a 7% nos contratos futuros, refletindo o excesso de oferta global e o impacto direto da expansão do etanol de milho no Brasil.
De acordo com dados compilados pela Markestrat, até a sexta-feira, 24, o açúcar no mercado físico recuou 4,19% no mês, sendo negociado a R$ 113,48 por saca. Enquanto isso, os contratos futuros para março e maio de 2026 caíram 7,53% e 7,84%, respectivamente. Diante do cenário de baixa, a margem das usinas de cana-de-açúcar segue pressionada, “reforçando a necessidade de planejamento estratégico do mix de produção e comercialização, diante da crescente competição com o etanol”, apontam os especialistas.
“Em contrapartida, o etanol apresenta leve recuperação, com alta semanal de 1,37%, impulsionado pela demanda firme e pelo redirecionamento de parte da moagem, cenário que evidencia a competição crescente entre açúcar e biocombustíveis dentro do setor sucroenergético”, salienta o documento.
Fonte: Estadão

