Voltando às origens
18-03-2016

Enfim, depois de um inverno rigoroso, o setor sucroenergético começa a respirar novos ares e uma possível retomada de investimentos se faz necessária, uma vez que é esperada uma melhor competitividade e remuneração para toda a cadeia.

Aprender com o passado se mostra mais uma vez de suma importância a fim de corrigirmos os rumos e melhorarmos ainda mais nosso rendimento, o que será traduzido em melhorias ainda mais consistentes em nossos caixas, tão sofridos com a crise que ora parece perder força, ao menos em nosso segmento.

Voltando ao passado recente, nos idos dos anos 2000, o setor enfrentava uma severa crise, oriunda principalmente pela desregulamentação imposta pelo governo FHC, um baixo consumo de etanol e uma produção de carros a álcool zerada.

A tempestade perfeita que se formava no horizonte fez com que voltássemos nossos olhos para uma necessidade premente de todas as usinas: a formação de profissionais que pudessem comercializar commodities, uma vez que até então toda a produção era vendida para a Petrobras e a mesma é quem fazia a distribuição.

Nas usinas, percebíamos claramente que o corpo técnico era altamente capacitado, composto em sua maioria por profissionais com até 20 ou 30 anos de experiência e formação e que geriam, cada vez mais, postos de comando nas unidades.

Enquanto entidade prestadora de serviços, a UDOP, que tem em seu DNA a qualificação e capacitação profissional para as usinas, vislumbrou que era chegada a hora da formatação de cursos de pós-graduação que pudessem atualizar o corpo diretivo de suas associadas e demais unidades. Assim, nasciam os cursos de pós-graduação da entidade voltados, num primeiro momento, para a comercialização de commodities e depois nas áreas agrícola e industrial.

O objetivo principal era capacitar esses gestores a fim de que os mesmos, aplicando o novo conhecimento, barateassem os custos de produção, melhorando os rendimentos e assim ganhando mais competitividade.

Através de seus Comitês Técnicos, a entidade formatou os primeiros cursos de pós-graduação voltados exclusivamente para esse segmento, com a decisão de que os mesmos deveriam focar muito mais na área técnica e trazer alguma coisa de gestão aos profissionais participantes.

Todavia, se fez necessário mudar o programa desses cursos, uma vez que percebeu-se a necessidade, naquela oportunidade, de que os cursos oferecessem muito mais gestão e menos técnica.

Com esses objetivos surgiu a UniUDOP - Universidade Corporativa da UDOP, que formou inúmeras turmas e tem capacitado centenas de profissionais espalhados por todo o território nacional na pós-graduação, além de milhares de outros profissionais em seus cursos de aperfeiçoamento tecnológico, já frequentados por mais de 100 mil trabalhadores.

Hoje, um novo tempo surgiu. Aqueles profissionais, qualificados até então, já estão deixando as linhas de frente das usinas e um novo corpo diretivo, contratado para substituir aqueles profissionais, bem como para atender a expansão do setor na última década, precisa ser qualificado.

São profissionais recém-formados em excelentes universidades e que buscam agora a especialização na área sucroenergética, já que em termos de gestão já foram devidamente capacitados em sua formação original.

Vislumbrando que esta necessidade, quando suprida, pode significar um novo impulso ao setor, com o retorno do grau de investimento e a retomada da expansão, a UniUDOP vai lançar em 2016 uma nova grade de cursos técnicos, em módulos, e que num primeiro momento atenderão a área agronômica.

Os Comitês Técnicos da entidade já estão se reunindo e formatando os módulos que neste momento devem estar voltados muito mais para a área técnica do que de gestão, além de traçarem quais expertises são necessárias para atender à essa demanda ávida pelo setor.

Com certeza, através de um corpo docente altamente capacitado, formado por cientistas e consultores, a UDOP dará mais uma importante contribuição para que nosso setor volte a crescer sobre bases sólidas e que nos permita, uma vez mais, nos orgulharmos por pertencer ao setor que representa a melhor alternativa energética limpa do mundo.

*Artigo publicado originalmente na Revista STAB edição jan/fev.