Açúcar: entenda as condições que podem trazer tendência de baixa para o prêmio do branco
08-04-2024

  • O prêmio branco pode estar entrando em um momento de baixa, com a possível recuperação do Hemisfério Norte e a redução da disponibilidade no Centro-Sul do Brasil.
     
  • Tópicos delicados, como a possibilidade de a Índia voltar a participar dos fluxos comerciais como exportadora, podem ser influenciados por condições climáticas favoráveis e decisões governamentais.
     
  • É provável que a Tailândia aumente a sua produção de açúcar com o La Niña ameno, e o México e a América Central também podem se beneficiar do clima favorável.
     
  • A dinâmica do mercado europeu, incluindo o crescimento da área e o aumento da disponibilidade de açúcar ucraniano, pode contribuir para a oferta global de açúcar.
     
  • A possível mudança para um fluxo comercial mais confortável de açúcar branco no Hemisfério Norte pode levar a uma correção mais intensa sobre os preços do açúcar de qualidade superior em comparação com o bruto.

A hEDGEpoint Global Markets analisa, em relatório atualizado, que, embora uma atenção significativa tenha sido dedicada aos problemas enfrentados pelo desenvolvimento da safra 24/25 do Centro-Sul do Brasil e às reduções de sua previsão, houve relativamente pouca discussão sobre as perspectivas do Hemisfério Norte. Isso pode ser atribuído ao momento recheado de incertezas: ainda é prematuro fixar números.

"No entanto, acreditamos que nunca é cedo demais para começar a discutir os riscos potenciais e as possíveis alterações nos preços. Alguns tópicos podem ser um pouco mais sensíveis do que outros, como a possibilidade de a Índia voltar a participar dos fluxos comerciais como exportadora. Com o clima agindo a favor da região, essa questão ainda precisaria ser decidida pelo governo. Entretanto, um clima positivo pode induzir a uma maior participação de outros países da região, como a Tailândia", comenta Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint. 

"Como discutimos em relatórios anteriores, não ficaríamos surpresos se, com um La Niña mais ameno, a Tailândia se aproximasse da produção de 10 Mt de açúcar em 24/25, como fez nas duas últimas safras de La Niña, 21/22 e 22/23. Mas lembre-se de que o país não seria o único com maior disponibilidade", pondera.

De acordo com a analista, "o México e os países da América Central também podem colher os frutos dessas perspectivas favoráveis. Por exemplo, a safra 21/22 viu a formação antecipada do evento climático durante o desenvolvimento da cana, produzindo excelentes resultados para a Guatemala e o México, bem como para outros participantes das Américas do Norte e Central".

Com as previsões climáticas atuais e o surgimento do La Niña um pouco mais tarde na temporada, as evidências apontam para um ano de recuperação, indicando maior disponibilidade regional em 24/25.

Além disso, a dinâmica do mercado europeu contribui para essa tendência. Não só se prevê que a Europa terá um crescimento de área entre 2 e 3%, mas a maior disponibilidade de açúcar ucraniano também pode aumentar o envolvimento da região nos fluxos comerciais globais.

"Em especial, após a remoção das tarifas sobre o açúcar ucraniano pela Comissão Europeia, as importações aumentaram para mais de 400kt em 22/23 e devem subir ainda mais para 650kt em 23/24, reduzindo os preços internos do açúcar na UE. Esse desenvolvimento provocou protestos em toda a Europa, principalmente na França e na Polônia, por parte de produtores preocupados", destaca.

No entanto, a UE estendeu seu acordo temporário de livre comércio com a Ucrânia até junho de 2025, com alguns limites. Com o influxo potencialmente maior de importações de açúcar e correções de preços domésticos, a região poderá aumentar sua contribuição para o fornecimento global de açúcar.

Considerando todos esses fatores e reconhecendo que os países do Hemisfério Norte negociam predominantemente com açúcar branco, podemos estar transitando para um fluxo comercial de açúcar branco mais confortável.

"Consequentemente, pode haver uma correção mais acentuada nos preços do açúcar de qualidade superior em comparação com o bruto, que ainda deve encontrar suporte na disponibilidade reduzida do Brasil. Assim, considerando o cenário descrito, o prêmio do branco caminha para momento mais baixista", conclui.

Ainda é prematuro fazer uma afirmação decisiva, mas, pressupondo um clima bastante estável com um La Niña suave, é possível discutir uma tendência de baixa para o prêmio branco. Enquanto o principal produtor de açúcar bruto enfrenta uma safra um pouco menor, o Hemisfério Norte pode estar entrando em um ano de recuperação. Como este último contribui principalmente com açúcar de maior qualidade para os fluxos comerciais, o prêmio do açúcar branco sobre o bruto pode entrar em um momento de baixa.

Acesse o relatório completo clicando aqui.

Sobre a hEDGEpoint Global Markets 

A hEDGEpoint Global Markets é uma empresa especializada em gestão de risco, inteligência de mercado, e execução de hedge para a cadeia de valor global de commodities, com larga experiência nos mercados agrícolas e de energia. Está presente em cinco continentes e oferece aos clientes produtos de hedge baseados em tecnologia e inovação, mantendo o cliente como ponto central de todos os processos. A companhia trabalha com mais de 60 commodities e mais de 450 produtos de hedge em sua plataforma. Visite nosso site. 

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Claudio Sá / Paulo Florêncio / Luciana Minami