"Muitos produtores ainda não sabem como lidar com o Sphenophorus Levis”
17-07-2015

Quem fez essa afirmação foi o consultor Newton Macedo, durante um evento sobre o Controle do Sphenophorus, realizado ontem pela Basf no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Araras.

Segundo Carulina Oliveira, gerente de marketing cana, citrus e amendoim da BASF, em 2014 foram tratados mais de 800 mil hectares com a presença da praga. "Porém, estima-se que mais de 3 milhões de hectares estejam infectados". Carulina destaca que o Sphenophorus deixou de ser uma praga secundária para se tornar uma grande preocupação do produtor. Ela atingiu 150 municípios em 2014 entre os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás.
O Encontro sobre Sphenophorus, realizado ao longo da manhã, reuniu produtores, consultores e jornalistas.

AMEAÇA À PRODUTIVIDADE
Segundo Macedo, há alguns anos a pior praga de solo era o cupim, porém, com o uso do Fipronil, ele acabou tornando uma praga secundária. "Entretanto, a natureza não aceita lacunas. Dessa forma, de duas décadas para cá, o Sphenophorus levis começou a ganhar espaço, sendo que ele já se tornou uma praga de grande importância para o setor".
Paulo Roberto Artioli, diretor agrícola da Tecnocana, contou que a praga reduziu de forma significativa sua produtividade. "Desde então, passamos a iniciar um trabalho minucioso para combater esta praga por meio de controles mecânicos e químicos."
Segundo Macedo, os produtores ainda não aprenderam a trabalhar com essa praga, pois todos estão acostumados a trabalhar com a broca. "No caso do Sl, é necessário entrar pesadíssimo, dando um choque na praga para que depois haja apenas a administração da mesma, de forma que consigamos conviver com ela em níveis satisfatórios".
O consultor Wéber Valério, da AgroAnalítica, afirmou que muitos produtores têm tratado o Sphenophorus levis de forma errada. "É importante tratar soqueira de primeiro e segundo corte, e não as áreas que irão para reforma".
O consultor contou que aplica, atualmente, de 70 a 100 mil hectares de inseticidas para o combate a Sl. "Essa praga já se tornou uma das mais importantes para o setor. Estimativas apontam que os danos podem chegar de 20 a 30 TCH por ano".
Ele afirmou, ainda, que é importante que se faça o Manejo Integrado (MIP) no sentido de aliar várias práticas para o combate às pragas. Para ele, as unidades precisam fazer o diagnóstico da praga. Mas fazer isso apenas com o uso do enxadão é limitado. "Falta mão de obra e esse sistema de diagnóstico precisa ser automatizado, com capacidade de cobrir grandes áreas", frisou.
A adoção de rotação de cultura na reforma do canavial pode ser boa estratégia de combate à praga. O consultor Newton Macedo explica que, quando é feita a rotação de culturas, é realizado um bom preparo de solo e são aplicados inseticidas visando combater as pragas daquela cultura. "Dessa forma, quando for plantar a cana, existem grandes possibilidades de entrar zerado nessas áreas".
Já as áreas com alta infestação, e que não terão rotação de culturas, devem receber uma aplicação de inseticida incorporado em área total na terceira gradagem.
Daniel Medeiros, da Basf, disse que “o Sphenophorus Levis diminui a longevidade do canavial e pode reduzir a produtividade em até 30 t/ha/corte.”
Uma ferramenta que tem alta eficiência no controle da praga é o Regent Duo, da Basf. "Este produto apresenta efeito de choque e residual, controlando adultos imediatamente e oferecendo um residual sobre as larvas por mais tempo, eliminando os insetos antes de seu desenvolvimento", frisou aos participantes do Encontro.


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