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4o encontro de variedades da Fazenda Parreiro Diamante discute o futuro da produção de cana

O 4º Dia de Campo de Variedades da Agropecuária Barreiro Diamante aconteceu entre os dias 13 e 15 de maio, na Fazenda Barreiro Diamante, em Orlândia – SP, um evento que busca não apenas analisar as variedades já consolidadas no mercado, mas também identificar e testar as variedades promissoras para o futuro da produção.

Celso Torquato Junqueira Franco, proprietário da fazenda, afirma que o trabalho é desenvolvido em parceria com centros de pesquisa. “Estamos identificando materiais que deverão ser lançados, avaliando seu desempenho, a sanidade, a resposta à nutrição e a resistência às doenças”, explica.

Segundo ele, essa colaboração tem o objetivo de aproximar os fornecedores de cana do conhecimento técnico, envolvendo usinas e produtores numa troca constante de ideias e experiências, não só sobre variedades, mas também sobre o manejo adequado da cana.

Um dos principais desafios apontados é aumentar a produtividade da cana, atualmente estagnada em cerca de 11 toneladas de açúcar por hectare. O objetivo é romper essa barreira e alcançar níveis entre 15 e 20 toneladas por hectare. Para isso, a experiência — tanto dos acertos quanto dos erros — será compartilhada amplamente no setor.

“Tivemos uma safra com pouca chuva no ano passado, o que prejudicou a brotação de soqueira e reduziu o número de plantas por metro. A cana está entre 20% e 30% menor do que estava há um ano”, disse. Porém, com chuvas recentes e a umidade no solo, há expectativa de um crescimento estendido da cana por mais 40 a 50 dias, o que pode permitir uma recuperação significativa dos canaviais.

“O ano passado começamos muito bem, mas a produtividade caiu a partir de julho. Este ano, a expectativa é o inverso: começamos mais fracos, com produção até 20% menor, mas podemos terminar o ano no segundo semestre com produtividade semelhante ou até superior ao ano anterior,” explicou.

Ainda que seja cedo para certezas, a previsão é que a safra deste ano tenha uma quebra entre 8% e 12% em volume em relação ao ano passado, com possibilidade de qualidade inferior. “Não será uma safra de fartura, mas estamos preparados para enfrentar os desafios e avançar,” finaliza.