A área agrícola está realmente controlando as pragas que atacam a cana?
17-03-2020
Taxas de adoção de métodos químicos e biológicos para o controle da broca-da-cana atingem 67% em 2019
Durante os dias 11,12 e 13 março a Bayer realizou o evento “Conecta Cana”, com o intuito de debater formas sustentáveis de impulsionar a eficiência do sistema de produção agroindustrial canavieiro, debate neste momento as oportunidades de ganho industrial através do manejo de pragas.
A professora da UNESP-Jaboticabal, Márcia Mutton, mediadora de um dos painéis do “Conecta Cana” questionou se a agrícola realmente está controlando as pragas que atacam a cana. O consultor Alexandre Sene afirmou que são tantos problemas operacionais que fica difícil fazer o controle na janela correta. "Além disso, ainda há muita dúvida sobre o uso de biológicos. Os químicos também não são aplicados da forma como deveriam. Tudo isso implica em menores taxas de controle."
José Olavo Vendramini, gerente Executivo de Desenvolvimento Tecnologico Agrícola Corporativo da Tereos, afirmou que muitos fornecedores enfrentam dificuldades no controle, o que demanda muitos esforços por parte das equipes técnicas das usinas do Grupo. "Há também crenças erradas. Muitos acreditam que não precisa fazer controle em canaviais mais antigos."
Luís Corrêa, profissional da Bayer, afirmou que treinamentos em monitoramento trazem grandes oportunidades, principalmente para produtores independentes.
Em 2019, as taxas de adoção de métodos químicos e biológicos para o controle da broca-da-cana atingiram 67%. O valor é o maior dentre as pragas que atacam a cana-de-açúcar.
Esse maior investimento no controle da broca talvez acontece por ela ser visível, por estar presente em todas as regiões do Brasil e por apresentar impactos na agrícola e indústria extremamente elevados. De acordo com Dinaílson de Campos, da Fermentec, existem regiões onde os índices de infestação de broca estão bastante elevados, como Ribeirão Preto, Araçatuba e São José do Rio Preto, o estado de São Paulo. O estado de Goiás também apresenta alta infestação.
Os prejuízos causados pela broca-da-caba, observou Dinaílson, variam de acordo com a unidade. Mas, por exemplo, uma usina que processa dois milhões de toneladas de cana por safra, 1% de infestação de broca pode causar um prejuízo de mais de R$ 11 milhões, apenas contabilizando as perdas na produção de açúcar.

