A biomassa poderá participar de leilões de energia em abril. Mas o preço-teto vai estimular?
12-03-2015
A expectativa é que 2015 seja um ano tão positivo para a bioeletricidade como foi em 2014. “A biomassa tem importância estratégica para o país”, afirma Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar). E os números deixam isso bem claro. Em 2014 o setor sucroenergético gerou quase 21 mil GW/h para a rede. Mas o potencial do setor é muito maior. “Se todo o bagaço e palha fossem aproveitados pelas usinas seria possível gerar seis vezes mais energia do que este patamar de 21 GW/h.”
Segundo Zilmar, este é um número teórico, e não seria possível concretizá-lo da noite para o dia. Mas se houver um sinal econômico favorável, com dois ou três anos de antecedência, o setor sucroenergético consegue ampliar a geração de energia significativamente.
A adoção de políticas públicas consistentes, que garantam clareza e segurança ao investidor, é fundamental para que o setor sucroenergético aposte ainda mais na bioeletricidade. Afinal, cerca de 200 usinas, com potencial de exportação de energia, ainda não o fazem porque não têm certeza do retorno e não contam com o apoio necessário.
Mas, neste processo de construção das políticas necessárias para a expansão da energia da biomassa no país, é importante que o governo mantenha esse processo de melhoria do ambiente regulado dos leilões, iniciado em 2013. “Esta é nossa principal porta de entrada neste negócio. Aprimorando o preço-teto, certamente no futuro teremos a bioeletricidade retornando ao certame de forma mais consolidada e contínua.”
Porém, o setor sucroenergético está insatisfeito com o preço-teto dos leilões que vem sendo praticado, por não remunerar adequadamente os investimentos nos projetos de biomassa.
E já existe um calendário de leilões de energia para 2015. Contudo, se projetos de biomassa serão atraídos a participar pela melhoria do preço-teto, ainda não se sabe. O mercado sinaliza que o preço tem que ser bem superior ao patamar do último leilão, de R$ 209/ MWh. Alguns especialistas estimam que o patamar ideal esteja entre R$ 250,00 e R$ 300,00.
No calendário de 2015, três leilões de energia podem ter a participação do setor sucroenergético, fora um quarto sem data confirmada. Em abril, serão realizados dois dos três leilões. No Leilão de Fontes Alternativas (LFA), previsto para o dia 27, a fonte biomassa concorrerá somente com ela mesma, por contratos de 20 anos. Outro Leilão (A-5) está agendo para 30 de abril, em que a biomassa concorrerá diretamente com as fontes gás natural e carvão. A fonte eólica estará separada neste certame. Já um terceiro leilão ocorrerá no dia 24 de julho. Será um Leilão A-3, em que a biomassa concorrerá diretamente apenas com a fonte gás natural.
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