A Consolidação do Etanol
14-01-2015
Em quase 35 anos de utilização como combustível puro, o etanol tem uma trajetória de altos e baixos. Oscilou entre a quase exclusividade em relação à gasolina e a completa extinção.
Passou a ser utilizado diretamente no tanque dos veículos em 1979 e bastaram apenas 4 anos para igualar a gasolina na preferência dos veículos novos. Em 1985, o etanol atingiu seu pico, com cerca de 90% dos carros novos sendo movidos pelo combustível renovável.
Porém, no fim da década, o preço do petróleo diminuiu, e a gasolina ultrapassou o álcool em 1990. Entre 1996 e 2002, foi praticamente zero a quantidade de veículos novos movidos a etanol. O combustível só ressurgiu em 2003, com a chegada dos motores flexíveis, que permitem que o motorista abasteça o tanque do veículo com gasolina ou com etanol, de acordo com a escolha, e na proporção que preferir. Desde 2005, a venda de automóveis total flex predomina. Cerca de 85% dos carros que saem de fábrica possuem esse sistema. Esta nova tecnologia fez com que o consumo de etanol hidratado no país crescesse substancialmente, ao ponto de ultrapassar o consumo de gasolina no final da primeira década deste século.
A produção brasileira de etanol ilustra bem o sucesso do programa: o total cresceu de 555 milhões de litros em 1975/76 para 28,6 bilhões de litros na safra 2014/2015, segundo projeção da Conab(Companhia Nacional de Abastecimento).
Dependente de política pública governamental, a mistura de etanol anidro à gasolina também tem sofrido alterações. Em 1980, a adição foi estipulada em 22%. Depois, dependendo da oferta de etanol no mercado, tem oscilado de 20% a 25%. Em 2015, deve ir para 27,5%. Esta medida já foi autorizada pelo Governo e aguarda resultado de estudo se o aumento da mistura provocará danos ao veículo.
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