A hora do controle biológico
31-12-2015
O professor do Laboratório de Biologia de Insetos do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), José Roberto Postali Parra, afirma que agora é o momento do controle biológico. “Nunca o consumidor esteve tão consciente sobre a necessidade do uso de produtos mais naturais. Além disso, o produtor convive com o surgimento de pragas resistentes ao controle químico, a transgenia não tem apresentado o resultado esperado, e as indústrias estão com problemas para sintetizar novas moléculas, para desenvolver um inseticida custa 250 milhões de dólares e não está havendo conhecimento químico para produzir moléculas que sejam compatíveis com as exigências atuais, como ser menos nocivas à natureza, preservando as pessoas, animais, plantas e os inimigos naturais da praga”, diz o pesquisador, salientando que no Brasil, ainda há em circulação grande quantidade de produtos antigos, proibidos em outros países.
ALíder de projetos e presidente do Portfolio de Controle Biológico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Recursos Genéticos e Biotecnologia (Embrapa/Cenargen), a pesquisadora Rose Monnerat, concorda com Parra de que o controle biológico está em alta. Ela observa que o desenvolvimento e uso de produtos biológicos para controle de pragas e doenças vêm aumentando muito no Brasil, e vai crescer muito, especialmente para atender às demandas da sociedade atual, que é cada vez mais exigente em relação à utilização de produtos saudáveis e alimentos livres de resíduos de agroquímicos. “Esta é a hora, nunca tivemos na história um momento tão favorável ao uso do controle biológico”, afirma.
No entanto, esse avanço do controle biológico pode sofrer alguns entraves de acordo com Parra, um deles é a logística. O país é muito grande e transportar insetos vivos para grandes distâncias pode ser um problema. A pesquisadora Rose conta que a Holanda desenvolveu uma logística que os possibilita exportar sem danos os organismos vivos para a Rússia, por exemplo. Mas isso não acontece aqui, então no caso de animais vivos, parasitoides, para Rose a solução é ter fábricas produtoras de insetos próximas dos locais de uso.
Mas para o pesquisador da Esalq, o principal desafio será suprir a crescente demanda por insumos biológicos. “Somos o melhor do mundo em agricultura tropical. Essa agricultura tropical nos possibilita ter mais que uma safra por ano, mas por outro lado nos torna campeões mundiais em pragas. Vamos precisar investir para sermos os melhores do mundo em controle biológico tropical. Já existem vários laboratórios pesquisando e produzindo material, mas será preciso muito mais.”
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