“A industria não pode mais aceitar essa cana que vem do campo”
08-12-2015

Uma das soluções para o problema do aumento de impurezas na cana é o tratamento do caldo, que pode ser realizado por calagem simples, sulfodefecação, carbonatação e ozonização. Nesse processo, as impurezas são removidas através da precipitação resultante da reação entre fosfatos presentes no caldo e insumos adicionados.

Porém, devido ao momento em que o setor atravessa, essa solução pode não ser a mais viável, já que os gastos com insumos aumentariam significativamente os custos operacionais. Dessa forma, grande parte dessa melhoria deve ser realizada na área agrícola, já que muitos afirmam que o açúcar é feito no campo, sendo que para a indústria cabe a recuperação.

Esse, aliás, é o pensamento do consultor e diretor do Grupo IDEA, Dib Nunes Jr.. Ele afirma que, atualmente, não existem usinas que entregam matéria-prima de boa qualidade. “Passamos por um momento de transição, da colheita manual para a mecanizada, sendo que a afetada foi a indústria, que passou a aceitar uma matéria-prima horrorosa.” Para ele, a área industrial não pode mais aceitar essa cana-de-açúcar que vem do campo. “O Brasil tem 600 milhões de toneladas de cana, porém, 12% disso não é cana. Apenas quando a indústria parar de aceitar e reclamar mais forte é que a agrícola irá entender que precisa trazer uma matéria-prima com mais qualidade.”

Segundo ele, muito desses problemas podem ser resolvidos através da regulagem das máquinas de colheita. “Como não pode faltar cana na indústria, a colheita é acelerada, o que prejudica a limpeza da cana, pois o vento não é suficiente para limpar grandes quantidades de matéria-prima.” Nunes afirma, também, que é necessário que as usinas tenham mais máquinas à disposição. “Porém, se mandam comprar mais colhedoras, falam que não terá custo-benefício. Mas, o que muitos não entendem, é que o custo-benefício se encontra na indústria.”

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