A prática de “comer bola” aumenta as perdas do setor sucroenergético
31-07-2015
Luciana Paiva
Nos últimos tempos, o tema corrupção, propina, suborno, que significa o ato de cobrar ou aceitar dinheiro para facilitar um negócio, saiu dos bastidores, ganhou a mídia e espaço nas conversas das pessoas.
A corrupção sempre existiu, as pessoas, os governos, a sociedade, as empresas se acostumaram a conviver com isso, a fazer vista grossa e achar que é parte do jogo, tanto que esse crime ganhou o nome popular de: “comer bola”. A prática se transformou em um mostro que devora o desenvolvimento dos países, gerando inclusive milhões de mortes, ao reduzir oferta de alimentos, abortar obras essenciais ou levar a utilização de material inferior, comprometendo a segurança. Segundo a Organização Transparência Internacional o custo da corrupção na administração pública no mundo em 2014 foi de 1 trilhão de dólares, sendo que o Brasil foi responsável por mais de 20% desse montante.
O “comer bola” também é rotina nos departamentos de compras das empresas privadas, o valor da propina é muito inferior que os estipulados na administração pública, mas também é prejudicial, pois muitas vezes, o responsável pelas compras em decorrência dos “mimos” recebidos deixa de analisar o que é melhor para a empresa, propiciando até mesmo o seu fechamento.
“COMER BOLA” NO SETOR SUCROENERGÉTICO
Conversamos com vários fornecedores de produtos e serviços para o setor sucroenergético e constatamos que o “comer bola” também é comum no mundo da cana. Muitas empresas reclamaram, mas nenhuma delas deixou que divulgássemos os nomes, pois, também nesse meio é difícil provar o ato, e o “comedor de bola” se mantém no cargo e o fornecedor que denunciou é prejudicado. Porém, prejudicada mesmo é a usina que muitas vezes deixa de conhecer uma solução mais viável para seus problemas, ter acesso a inovação, a produtos com maior qualidade e melhor custo-benefício.
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