Ações da Raízen disparam 16% após notícia de estudo de investimento pela Petrobras
19-08-2025
Reportagem do GLOBO mostrou que estatal tem na mesa desenhos para voltar ao setor de etanol
Por O Globo — Rio de Janeiro
As ações da Raízen dispararam no pregão desta segunda-feira e chegaram a subir 16% após a notícia de que a Petrobras estuda investir na empresa. Com o forte avanço, a empresa liderou a ponta positiva do Ibovespa, o principal índice da Bolsa.
O papel chegou a alcançar R$ 1,21, encerrando a segunda-feira em alta de 10,58%, valendo R$ 1,15. O volume financeiro (valor do papel vezes o número de trocas) foi de R$ 62,7 milhões, 65% maior que o registrado no pregão anterior.
Reportagem do GLOBO de sábado mostrou que a estatal analisa diversas possibilidades, como se tornar sócia da companhia ou comprar ativos, o que marcaria sua volta ao setor de etanol, estratégia já anunciada por Magda Chambriard.
Com a valorização registrada até o início da tarde, a empresa recuperou R$ 1,1 bilhão em valor de mercado, alcançando R$ 11,9 bi. Ainda assim, a ação registra uma desvalorização de 46% em 2025.
Para a Ativa Investimentos, a perspectiva de contar com a Petrobras como sócia é positiva para a Raízen, sob a ótica de crédito e novas perspectivas: “Ainda que o desenho final não esteja definido, a sinalização mostra que a companhia tem alternativas para reforçar sua estrutura de capital e buscar uma virada operacional”, diz trecho do relatório.
Diversas opções em análise
A Raízen, que é uma joint venture (parceria) entre a Cosan e a Shell, é uma das principais produtoras de etanol a partir de cana-de-açúcar do Brasil e a única no mundo a produzir o biocombustível em escala comercial a partir do reaproveitamento (o etanol de 2ª geração), por meio de 29 usinas. Atua ainda na distribuição de combustíveis por ter a licença da marca Shell no Brasil, Argentina e Paraguai, com uma rede de mais de 8 mil postos revendedores.
Segundo as fontes ouvidas pelo GLOBO, a ideia da Petrobras é se tornar um ator relevante no mercado de etanol neste primeiro momento. A discussão interna na empresa é justamente como poderia entrar na Raízen sem ferir a cláusula de não competição com a Vibra (a antiga BR Distribuidora) até 2029 no setor de distribuição.
Por isso, há diversas opções na mesa de negociação, como uma separação de ativos ou um acordo específico em relação à gestão dos ativos. “Mas ainda não há uma decisão tomada, pois há várias opções na mesa, o que inclui também estudos de outras empresas ou a compra de ativos isolados da Raízen”, ressaltou uma das fontes ouvidas pelo GLOBO.
Fonte: O Globo

