Açúcar: Efeitos do clima adverso no Centro-Sul podem reduzir a safra 24/25 se persistentes
15-02-2024

  • O clima continua sendo um fator fundamental no mercado de açúcar, com as recentes condições adversas no Hemisfério Norte contribuindo para o suporte do mercado.
     
  • Nossos modelos sugerem uma redução potencial de 6% na produção de cana da região Centro-Sul do Brasil para a temporada 24/25, podendo cair de quase 655 Mt para 620Mt, embora as tendências históricas possam levar essa redução para 7,2%.
     
  • Ainda que as chuvas tenham melhorado na primeira quinzena de janeiro, a segunda metade do mês não conseguiu compensar a queda da umidade do solo de dezembro, principalmente em regiões como Ribeirão Preto. No entanto, algumas áreas como São José do Rio Preto, Araçatuba e Bauru apresentaram condições mais favoráveis, mitigando as preocupações até certo ponto.
     
  • Os fundos estão aguardando em silêncio a próxima grande notícia, e o clima pode ser exatamente o que eles estão esperando. Temos muito a monitorar, desde uma possível formação do La Niña até o desenvolvimento da cana da safra 24/25 do Brasil.

O clima sempre desempenhou um papel importante no merca do de açúcar. Seu impacto foi fundamental nos últimos dois ou três anos, especialmente após a significativa quebra de safra do Brasil em 2021-2022. Mais recentemente, as condições climáticas adversas no Hemisfério Norte reforçaram o suporte do mercado. 

"O nível de 23,8c/lb observado no início de fevereiro para o açúcar bruto é cerca de 40% mais alto do que a média de 23 anos considerando o mesmo período. Para o açúcar branco, a diferença é maior: os preços estão atualmente 45% mais altos. Isso deixa explícito que o mercado está navegando em um cenário muito mais apertado, com maior demanda e interrupções no fornecimento. Nesse contexto, torna se essencial compreender os efeitos do clima sobre a disponibilidade futura", explica Lívea Coda, analista de Açúcar da hEDGEpoint Global Markets. 

"Conforme discutido em relatórios anteriores, nossos modelos apontaram que a produção de cana no Centro-Sul do Brasil pode sofrer uma redução de pelo menos 6% em 24/25, induzindo uma queda de quase 655Mt para 620Mt. No entanto, se também levarmos em conta a tendência histórica, essa variação se torna 7,2% e pode levar a 611Mt", destaca a analista. 

Embora as chuvas tenham melhora do durante a primeira metade de janeiro, a segunda metade apresentou um resultado contrastante, levando a um desempenho insuficiente no mês para contrabalançar a diminuição da umidade do solo observada em dezembro. Pelo menos em algumas regiões. 

Como pontua Lívea, "A dificuldade em estimar uma redução adicional na produção do Centro-Sul se baseia no fato de que as chuvas foram bastante irregulares e dispersas em toda a região. Enquanto Ribeirão Preto, responsável por cerca de 14% da produção total de cana do Brasil, recebeu precipitação bem abaixo da média e permanece no limite inferior dos valores históricos, São José do Rio Preto está perto da média. Estima-se que essa última região seja responsável por 10% da disponibilidade total de cana no Brasil e, juntamente com Araçatuba e Bauru, que respondem por 6 e 5% do volume total de cana, alivie algumas das preocupações". 

Portanto, algumas regiões foram mais afetadas do que outras e, em geral, a umidade do solo não é animadora.

No entanto, o NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) da região, que mede a capacidade da planta de absorver a luz solar, melhorou durante o mês. Esse índice é muito usado para medir e monitorar a saúde das plantas, pois as culturas que têm uma melhor absorção da luz solar durante os estágios iniciais de desenvolvimento podem melhorar a produtividade. 

"Combinando o NDVI com o fato de que as chuvas e a umidade do solo estavam no caminho certo até novembro, ainda nos sentimos confortáveis em manter uma visão mais baixista para preços, com 620 Mt para a próxima temporada", afirma. 

Porém, se fevereiro e a primeira quinzena de março também apresentar precipitação abaixo da média, poderemos ser obrigados a adotar as nossas estimativas mais baixas. Isso seria altista para o mercado.

Acesse o relatório completo clicando aqui.

Sobre a hEDGEpoint Global Markets

A hEDGEpoint Global Markets é uma empresa especializada em gestão de risco, inteligência de mercado, e execução de hedge para a cadeia de valor global de commodities, com larga experiência nos mercados agrícolas e de energia. Está presente em cinco continentes e oferece aos clientes produtos de hedge baseados em tecnologia e inovação, mantendo o cliente como ponto central de todos os processos. A companhia trabalha com mais de 60 commodities e mais de 450 produtos de hedge em sua plataforma. Visite nosso site.

Assessoria de Imprensa Conteúdo Comunicação