Açúcar volta a subir em Nova York, enquanto café recua
11-09-2024
Cacau e algodão operam em alta na abertura da sessão
Por Fernanda Pressinott — São Paulo
Os preços do açúcar demerara voltam a subir nesta quarta-feira, na bolsa de Nova York, após as perdas das últimas sessões relacionadas à cotação do petróleo. Agora, os lotes da commodity com vencimento em outubro, o mais negociado, vale 18,57 centavos de dólar a libra-peso, com elevação de 1,5%.
Um fator de suporte para os preços do açúcar tem sido os incêndios em canaviais do Brasil, que atingiram cerca de 80 mil hectares, segundo a associação que representa os produtores da região Centro-Sul.
Outro vem da Organização Internacional do Açúcar (ISO) que previu, em 30 de agosto, um déficit global de açúcar para 2024/25 de 3,58 milhões de toneladas, muito maior do que o déficit estimado de 200 mil toneladas para 2023/24. A ISO previu uma produção global de açúcar de 179,3 milhões de toneladas para 2024/25, queda de 1,1% na comparação entre as temporadas.
Entretanto, como fator negativo para os preços, o Departamento Meteorológico Indiano informou na quinta-feira passada que a Índia recebeu 792,5 mm de chuva durante a atual temporada de monções em 5 de setembro, ou 8% a mais do que a média para o período, o que é benéfico para as lavouras. Além disso, o governo do país indicou que as exportações de açúcar estão liberadas para 2024/25.
Cacau e algodão
Também em alta, o cacau sobe 2,89%, a US$ 7.481 a tonelada. Os fundamentos não se alteraram e as oscilações correspondem a dinâmica dos agentes de mercado, que acompanham o desenvolvimento da safra de 2024/25 no Oeste da África.
Os papéis de algodão para dezembro sobem 1,41%, a 69,17 centavos de dólar a libra-peso. O mercado da pluma aguarda o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que será divulgado amanhã.
Café
Do lado negativo dos preços, o café arábica para dezembro passa por uma correção e recua agora 0,85%, a US$ 2,4510 a libra-peso.
Entre os fundamentos estão as condições climáticas mundiais e problemas de logística. Porém, analista da Pine Agronegócio destaca que não foram as queimadas pontuais em cafezais brasileiros que sustentaram a valorização do arábica nos últimos dias. “É muito cedo para antecipar qualquer tipo de prejuízo ou perda de volume, pois as floradas nem aconteceram 100%”, disse Vicente Zotti.
“Olhando imagens de satélite, São Paulo tem condição muito pior que Minas Gerais. Ao olhar o clima da Alta Mogiana, por exemplo, são praticamente quatro meses sem chuvas e as plantas sentiram. Além do déficit hídrico, você tem as temperaturas acima da média. No caso do Sul de Minas, não há um problema tão grave assim, já que havia muitas lavouras de 2023 já podadas, o clima está menos quente, o déficit hídrico é menor, por exemplo”, citou à reportagem.
Fonte: Globo Rural

