Agrícola Trevizoli adota MPB e vê suas produtividades saltarem
16-07-2018
Após a introdução da MPB, a produtividade dos canaviais na Agrícola Trevizoli cresceu exponencialmente
A Agrícola Trevizoli, localizada em Taquaritinga, SP, é uma empresa familiar. Nela, trabalham Renato Trevizoli junto de sua esposa, mãe e irmãs. O negócio está no sangue da família, que cultiva cana-de-açúcar há quatro gerações, sendo três na mesma propriedade.
Ao ser selecionado para integrar o “+Cana”, o produtor viu uma oportunidade para aumentar a produtividade dos canaviais da família. No início, diversas dúvidas surgiram, mas Trevizoli tinha os maiores nomes da canavicultura brasileira a seu lado, o auxiliando nas tomadas de decisões. “Se eu tinha algum questionamento, já tirava na hora pelo WhatsApp com algum pesquisador.”
Durante o período em que o projeto esteve ativo, o produtor participou de diversas oficinas, que aprofundaram seus conhecimentos na arte do manejo de mudas pré-brotadas de cana. Houve, ainda, visitas técnicas a grandes propriedades, que já integraram a MPB em suas operações diárias; à fabricantes nacionais, como a Syngenta e a BASF; e às instituições de pesquisa, como o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA) e o próprio Centro de Cana do IAC. “Foi uma lavagem cerebral. Comecei a ver que existia outras formas de plantar cana. Mais fácil e mais eficiente. Não era uma tecnologia barata, mas vinha com muitos benefícios agregados.”
Após diversas palestras e oficinas, Trevizoli instalou seus primeiros viveiros clonais, com 200 mudas de cada variedade. Eram 12 materiais diferentes, quatro de cada instituição. Vale ressaltar que todas as variedades eram recentes e traziam consigo as últimas novidades tecnológicas dos programas de melhoramento genético. “Por ser tratar de um projeto novo, não poderíamos fazer uso de materiais antigos.”
Segundo o produtor, como as variedades estavam lado a lado, foi possível ver claramente quais trariam os maiores benefícios para sua propriedade. “Elas foram alocadas no meu solo e nas minhas condições de manejo, ou seja, com o desenvolvimento dos materiais, ficou explícito qual deles perfilhava mais e qual não apresentava doenças. Dessa forma, consegui decidir quais eu poderia alocar nas minhas áreas comerciais.”
Ele afirma que, durante o projeto, passou a entender os conceitos por trás da tecnologia, como as condições ideais para a brotação das gemas e a interação entre espaçamento e nutrição. “Todas as questões estão embasadas em conceitos fisiológicos. Com o desenrolar do programa, passei a entender o funcionamento das mudas pré-brotadas e quais fatores influenciam no sucesso ou derrocada do manejo.”
Ao final do “+Cana”, Trevizoli chegou a uma conclusão. “Esse negócio de jogar 20 toneladas de cana por hectare de cima de caminhões ficou para trás. A MPB abriu novos horizontes.”
Após a introdução da MPB, a produtividade dos canaviais na Agrícola Trevizoli cresceu exponencialmente. Em 2017, a média fechou em 108 Toneladas de Cana por Hectare (TCH). “Com a mudança do perfil varietal, aliado a esse novo sistema de plantio, acredito que num prazo muito curto – de dois a três anos - vamos estar produzindo 130 TCH.”
EXPECTATIVA DA AGRÍCOLA TREVIZOLI É COMERCIALIZAR MAIS DE UM MILHÃO DE MPBS AO LONGO DE 2018
Ao terminar o “+Cana”, Renato Trevizoli passou a integrar o projeto da Socicana, que tinha como objetivo principal prover as ferramentas necessárias para que os produtores pudessem produzir mudas pré-brotadas em suas próprias propriedades.
Ao longo do programa, Trevizoli recebeu gemas brotadas saídas do Centro de Cana do IAC e utilizou a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Jaú, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), para realizar a fase de aclimatação e rustificação das mudas, últimas etapas do processo.
A ideia principal era que, ao final do projeto, os produtores teriam a capacidade de montar uma estrutura de finalização das MPBs em suas próprias propriedades. As mudas produzidas ali poderiam ser utilizadas em seus canaviais ou, até mesmo, comercializadas para terceiros. Renato Trevizoli foi um dos únicos a escolher ambas as opções. Instalou câmaras de brotação, aclimatação e rustificação em sua propriedade e montou um polo de produção semelhante ao do Centro de Cana do IAC.
De início, a intenção era produzir MPB apenas para atender a demanda da fazenda. “Porém, quando começamos a produzir, percebemos que precisaríamos otimizar a estrutura e contratar uma maior quantidade de funcionários do que tinha imaginado.” Ele conta que, quando se deu conta, já está muito envolvido no processo. “Tinhas inúmeros colaboradores e uma excelente estrutura. Cheguei à conclusão que seria interessante ter outra opção de negócio dentro da Agrícola. Foi quando resolvi me tornar viveirista.”
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