Agricultores ganham fôlego com medida
28-12-2015
O produtor que optou por plantar cana-de-açúcar quando o setor iniciou expansão, principalmente pela massificação dos veículos bicombustíveis, obteve os bônus e os ônus dessa cultura. Até 2008 os ganhos permitiam o investimento e a renovação da lavoura. De sete anos para cá a situação se inverteu, mas no fim de 2015 os agricultores ganharam novo fôlego.
Em relação ao período mais difícil (2008 a 2015), as críticas foram direcionadas ao governo federal, que “segurou” o preço da gasolina para impedir a alta da inflação. Como o etanol precisa manter uma margem de preço para ser competitivo, não havia possibilidade de majorações nesse tipo de combustível. De 2008 até o ano passado 40 empresas encerraram as atividades no País.
Em outubro deste ano o governo autorizou aumento de 6% para a gasolina e de 4% para o óleo diesel. Um dia depois do anúncio do reajuste, postos instalados em Jaú subiram o preço do combustível em 6,2% na média. Como era esperado, o preço do etanol também subiu.
Se a alta foi ruim para o consumidor, por outro lado permitiu um reequilíbrio de contas para as empresas e para os produtores. Segundo o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú (Associcana), Eduardo Vasconcellos Romão, o repasse aos agricultores é feito, mas de forma paulatina.
Valor bruto
Segundo ele, o atual momento ainda é de dificuldade para os envolvidos na cadeia sucroalcooleira. Ele cita recente divulgação do Valor Bruto de Produção pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O levantamento mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária por um período e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. De acordo com Romão, enquanto a soja teve crescimento de 200% em dez anos e a pecuária cresceu 80% no mesmo período, a cana registrou melhora de 33%. (AZ)

